materia principal – Destrave https://destrave.cancaonova.com O ‘Destrave’ é um projeto da Canção Nova com produção de reportagens especiais sobre temas voltados para a juventude, lançado em maio de 2011 Tue, 05 Sep 2017 12:05:09 +0000 pt-BR hourly 1 Tráfico humano, a escravidão dos tempos modernos https://destrave.cancaonova.com/trafico-humano-a-escravidao-dos-tempos-modernos/ https://destrave.cancaonova.com/trafico-humano-a-escravidao-dos-tempos-modernos/#comments Wed, 05 Nov 2014 14:19:16 +0000 http://destrave.cancaonova.com/?p=10321 Por Daniel Machado Mais de 2 milhões de pessoas são vítimas do tráfico humano em todo o mundo “Eles me levaram para a Polônia, depois para Portugal, África e, então, para São Paulo. Em todos esses lugares, eu fui explorada sexualmente e obrigada a transportar drogas”. Este é o depoimento de Cristina, da República Tcheca,...

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Por Daniel Machado

Mais de 2 milhões de pessoas são vítimas do tráfico humano em todo o mundo

“Eles me levaram para a Polônia, depois para Portugal, África e, então, para São Paulo. Em todos esses lugares, eu fui explorada sexualmente e obrigada a transportar drogas”. Este é o depoimento de Cristina, da República Tcheca, uma das duas milhões de pessoas que, segundo a ONU, são vítimas do tráfico humano, a terceira maior e mais lucrativa atividade criminal em todo o mundo.

O tráfico de seres humanos é considerado a escravidão dos tempos modernos, uma indústria que movimenta cerca de 30 bilhões de dólares anualmente. Pessoas são olhadas e usadas como mercadoria, seja ela para exploração sexual, trabalho escravo, adoção ilegal ou tráfico de órgãos.

Confira a primeira parte da reportagem


Tráfico para exploração sexual

O tráfico de pessoas para a exploração sexual é o mais comum em todo o mundo. As principais vítimas são mulheres entre 10 e 29 anos, solteiras que se encontram em situação de vulnerabilidade. No Brasil, este crime está associado à prostituição e ao recrutamento de garotas em regiões pobres e de dificuldades socioeconômicas. Mas segundo a advogada Tânia Teixeira Laky, este é um dado que vem mudando ano após ano. “Nós encontramos meninas que são aliciadas em universidades, em salões de beleza, agências de modelos, sempre com uma promessa de que lá fora ela vai ter uma carreira e uma vida melhor. Então, é um mito a ideia de que somente garotas pobres são aliciadas por esses criminosos”, relata a advogada.

Para Sueli Aparecida, coordenadora nacional da Pastoral da Mulher Marginalizada (PMM), muitas mulheres que recebem propostas de trabalho no exterior sabem que vão para se prostituir, mas não têm ideia de que serão exploradas.

Segundo relatório da ONU, é importante destacar que tanto nos termos do Protocolo de Palermo como nos termos da Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, o consentimento da vítima é irrelevante. Não importa se ela sabia ou não que iria se prostituir, se concordou em ser transportada para trabalhar em outro estado ou país. Basta que o meio utilizado tenha sido a força ou outras formas de coação.

Mapa da exploração sexual no Brasil e no Mundo

Segundo dados da ONU, do Ministério da Justiça e da CPI do Tráfico Humano, o Brasil é uma rota receptora e intermediária para esse crime. Estima-se que existam mais de 200 rotas por onde se articulam as quadrilhas de seres humanos, que agem de maneira muito peculiar dependendo da região e do fim para a qual recrutam as pessoas.

Destrave- Tráfico Humano

Chefe da delegacia da PF no aeroporto de Guarulhos, o delegado Wagner Castilho “o trabalho da PF no aeroporto é o de coibir o crime mas também alertar as pessoas”

No nordeste, por exemplo, mulheres e adolescentes são geralmente recrutadas para se prostituírem nas regiões litorâneas, atendendo à demanda da turismo sexual. Capitais como Fortaleza, Natal e Salvador ocupam o topo da lista quando o assunto é exploração de mulheres, crianças e adolescentes para a prostituição. Já no Norte e Centro-Oeste do Brasil, a exploração sexual está ligada às quadrilhas internacionais de tráfico humano, onde mulheres e adolescentes são levadas para fronteiras de países como Suriname, Guiana-Francesa e outros países da América Latina, ou exploradas em garimpos. O sul e o sudeste, especificamente Rio de Janeiro e São Paulo, são considerados rotas receptoras e intermediárias, uma vez que possuem os aeroportos de maior tráfego aéreo do país e o maior volume de pessoas em portos e rodoviárias.

Quando o assunto é tráfico internacional, a situação fica bem mais complexa, uma vez que, embarcando para outro país, a pessoa não tem o amparo legal e a proteção que teria em sua pátria. Segundo o delegado Wagner Castilho, chefe da Delegacia de Polícia Federal do Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo, a maior dificuldade no combate às quadrilhas é que as pessoas que estão embarcando não se sentem vítimas. “As pessoas acreditam que estão indo para uma vida melhor no exterior; e quando elas são abordadas pela Polícia Federal, se sentem constrangidas, até nos dizem: ‘Vocês estão nos chamando de prostitutas?’. Neste caso, os agentes não podem fazer nada, a não ser orientar e alertar dos riscos de se estar embarcando sem uma comprovação legal por parte das autoridades do país de destino, como o visto de trabalho, por exemplo”, diz o delegado.

Segundo dados do Ministério da Justiça e do Ministério das Relações Exteriores, de 2005 a 2012, foram registrados 474 casos de tráfico internacional. Mas o número é bem maior, considerando que muitas pessoas não denunciam que foram vítimas deste crime, por medo, coação ou vergonha. Os países que mais receberam brasileiras (os) para este fim foram Espanha, Suíça e Suriname.

Tráfico Humano por país

Vítimas de tráfico de pessoas por país, segundo o Ministério das Relações Exteriores/Divisão de Assistência Consular

Tráfico para trabalho escravo

Uma outra modalidade do tráfico humano que vem crescendo de forma assustadora é o tráfico para fins de trabalho escravo. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT) só no ano de 2012, 20,9 milhões de pessoas foram vítimas de trabalho forçado globalmente. No Brasil, Segundo o Conselho Nacional do Ministério Público, de 2000 a 2013 foram registrados 1.758 casos relacionados a tráfico de pessoas, sendo 1.348 destes recorrentes ao trabalho escravo ou a situações análogas a esta prática.

O trabalho escravo pode ser encontrado em todas as regiões do Brasil, sobretudo no campo, nas carvoarias, nos garimpos e canaviais que ficam nos interiores das cidades. Outra modalidade que também está merecendo destaque nos jornais, nos últimos anos, é o trabalho escravo urbano nas oficinas de costura e construção civil. As vítimas são quase sempre bolivianos, peruanos, paraguaios e haitianos recrutados e transportados pelos ‘coiotes’ para cidades fronteiras e, depois, para capitais como São Paulo. Estima-se que 300 mil bolivianos, 70 mil paraguaios e 45 mil peruanos estejam vivendo na região metropolitana de São Paulo, a maioria sujeita a condições de trabalho análogas à de escravo.

trabalho escravo - destrave

Roque Pattusi, coordenador do Centro de Apoio ao Migrante (CAMI)

Segundo Roque Pattusi, coordenador do Centro de Apoio ao Migrante (CAMI), entidade ligada à Pastoral do Migrante da Igreja Católica, as pessoas são aliciadas sempre com a promessa de trabalho e uma vida melhor, mas quando chegam, são colocados em condições sub-humanas. “Estas pessoas são forçadas a trabalhar até 18 horas por dia, dormem e comem na oficina onde trabalham, tomam banho uma vez por semana, respiram pó, têm os seus documentos apreendidos e precisam trabalhar até um ano de graça para pagar os custos da viagem até o Brasil”.

Segundo o Ministério do Trabalho, só no ano de 2013, mais de 330 autos de infração foram deflagrados em mais de cinco grandes confecções, que resultaram em 6,5 milhões de multas e 1 milhão em ressarcimento de rescisões de contrato de trabalhadores que viviam em situações de escravidão.

Para Paolo Parise, coordenador da Missão Paz, denúncia e fiscalização são as melhores armas para combater esse tipo de crime. “Se você souber que existe alguma oficina de costura perto da sua casa, ligue para a fiscalização, faça uma denúncia. Depois, se conhecer alguma marca que esteja associada ao uso desta mão de obra escrava, não compre esses produtos”, diz o sacerdote.

O disque denúncia da Secretaria dos Direitos Humanos (Disque 100) é o número para denunciar toda forma de tráfico, exploração sexual ou trabalho escravo.

Confira a segunda parte da reportagem

Tráfico de crianças e adolescentes

Segundo o UNODOC (Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crimes), 30% de todas as pessoas traficadas no mundo são crianças e adolescentes, usadas para fins de exploração sexual, trabalho escravo, tráfico de órgãos e adoção ilegal.

Uma prática que tem ganhado a atenção das autoridades é a adoção ilegal, quando uma mãe, família ou parente da criança é obrigado, enganado e/ou coagido a doar a criança a fim de burlar a lei e o Cadastro Nacional de Adoção (CNA).

Ivanise Esperidião, fundadora da Ong Mães da Sé

Ivanise Esperidião, fundadora da Ong Mães da Sé

Para Ivanise Esperidião, fundadora do movimento Mães da Sé, que trabalha na divulgação de crianças desaparecidas, a adoção ilegal é um crime muito comum no Brasil, mas pouco denunciado. “Nós sabemos que muitos casais estrangeiros vêm ao Brasil buscar crianças para levá-las para o exterior. Existem abrigos que possuem até uma espécie de UTI neo-natal; e isso envolve juízes, advogados, uma série de pessoas que facilitam essa prática e lucram com ela. O problema é que nós não sabemos para onde essas crianças estão indo ou se estão sendo exploradas por redes internacionais de tráfico humano”.

Em 2013, a CPI do Tráfico Humano alertou para outras formas de exploração de crianças e adolescentes, como o tráfico de garotos em escolinhas de futebol e agências de modelos que recrutam adolescentes.

Em abril deste ano, o Papa Francisco fez um pronunciamento na 2ª Conferência Internacional sobre Combate ao Tráfico Humano. Em seu discurso, o Pontífice recordou que o tráfico de pessoas é uma “chaga” na sociedade contemporânea e na carne de Cristo, e que os esforços e as estratégias para se combater o tráfico “devem ser acompanhados da compaixão evangélica por mulheres e homens vítimas deste crime”, salientou Francisco.

Neste ano de 2014, a CNBB trouxe o tema do tráfico de pessoas para a Campanha da Fraternidade. Mas este não deve ser apenas uma reflexão de Quaresma; é preciso que nós, cristãos e homens de boa vontade, estejamos cientes de que tantos irmãos e irmãs, filhos de Deus, estão sendo tratados como mercadoria, e nós não podemos nos calar diante desse crime contra a humanidade.

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A crise da masculinidade https://destrave.cancaonova.com/a-crise-da-masculinidade/ https://destrave.cancaonova.com/a-crise-da-masculinidade/#comments Thu, 02 Oct 2014 19:03:41 +0000 http://destrave.cancaonova.com/?p=10124 Por Daniel Machado Por longos séculos a identidade masculina esteve ligada à sua virilidade. A imagem do homem herói, guerreiro, combatente, caçador, conquistador e protetor permeou as diversas culturas e plasmou a figura dele na história. No entanto, os especialistas afirmam que este modelo está em declínio. O homem moderno trocou a aparência viril por...

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Por Daniel Machado

Por longos séculos a identidade masculina esteve ligada à sua virilidade. A imagem do homem herói, guerreiro, combatente, caçador, conquistador e protetor permeou as diversas culturas e plasmou a figura dele na história. No entanto, os especialistas afirmam que este modelo está em declínio. O homem moderno trocou a aparência viril por uma mais estética e delicada, quase beirando à imagem feminina. Há quem diga que isso é apenas uma questão cultural, um tipo de estereótipo que acompanhou o modelo patriarcal ao longo dos anos; contudo, não se pode negar que estas mudanças estão colocando o homem numa verdadeira berlinda existencial.

Quando falamos sobre a crise da masculinidade, apoiamo-nos no fenômeno da transição que tem acontecido no mundo masculino no decorrer do tempo e, como em toda mudança, podemos contemplar fatos positivos dessa realidade e outros nem tanto.

Confira no vídeo abaixo o primeiro bloco da reportagem

Mas afinal o que é ser homem? Como, na cultura atual, eles podem se diferenciar das mulheres?

“A mulher é mensalmente lembrada, no seu corpo, de que ela é mulher, e isso a ajuda muito na sua condição feminina. O homem não tem nenhum evento corpóreo que venha em seu socorro neste sentido; por isso ele fica na dependência de ritos sociais e culturais que cumpram esta função. Em alguns povos primitivos estes rituais ainda funcionam maravilhosamente bem, mas, na nossa sociedade moderna, esses ritos de iniciação masculina se perderam”, enfatiza o psicoterapeuta Alberto Pereira Lima Filho.

Crise da Masculinidade, destrave

Padre Paulo Ricardo, em entrevista para o Destrave

Segundo padre Paulo Ricardo, sacerdote da Arquidiocese de Cuiabá (MT), que tem debatido o tema em palestras pelo Brasil afora, a crise da masculinidade consiste em que o jovem rapaz já não consegue se distanciar muito do mundo feminino. “O ser homem não está somente relacionado aos hormônios masculinos, mas à sua missão de se afastar do mundo feminino e, depois, voltar para protegê-­lo. O que acontece hoje é que o homem não quer mais se afastar deste feminino e, por isso, não tem cumprido a sua missão de ser homem”, afirma o sacerdote.

A ideologia de gênero e o movimento feminista

Na vanguarda da crise da masculinidade estão os grandes movimentos de desconstrução dos sexos, como o feminismo radical e a ideologia de gênero. Esta polêmica foi levantada por uma famosa feminista chamada Camille Paglia, que, em entrevista a uma conhecida revista brasileira, disse que o feminismo foi duro demais com os homens. Segundo Paglia, ao exigir espaço num mundo que pertencia exclusivamente aos homens, as mulheres acabaram os colocando numa verdadeira encruzilhada. “As mulheres pedem aos homens que eles sejam o que não o são e, quando eles se tornam o que não são, elas não os querem mais”, declarou.

A importância da autoridade paterna

As tristes consequências da ausência paterna

10 dicas para uma paternidade mais saudável

“O que acontece hoje é que os movimentos feministas colocaram na cabeça das pessoas que ser homem é ruim, ser homem é ser um opressor, e que o bonito é ser delicado. Enquanto antigamente o rapaz recebia estímulo do pai e da própria sociedade para ser homem, hoje o rapaz se sente culpabilizado com a ideia de que ser homem é ser um opressor”, ressalta padre Paulo Ricardo.

De acordo com a socióloga Arlene Denise, a ideologia de gênero ajudou a confundir ainda mais os papéis do homem e da mulher na sociedade. “A criança e o adolescente precisam fazer um caminho árduo de identificação com a figura masculina para se tornarem homens. O que acontece é que a ideologia de gênero vem e diz para este adolescente e esta criança que eles podem ser o que quiserem, e isso confunde muito a cabeça dos meninos”, alerta a socióloga.

Metrossexualidade

"Eu gasto mil reais por mês em cosmético", afirma Rogério Azor / Foto: reprodção

Um modelo masculino, que surgiu nos últimos 20 anos e que retrata bem esta crise do homem moderno, são os chamados metrossexuais. São homens – provenientes dos centros urbanos e das grandes metrópoles – excessivamente preocupados com a aparência, que assumiram um mercado até então rigorosamente ocupado por mulheres, como os salões de beleza e clínicas de estética. Eles pintam a unha, fazem a sobrancelha, depilam o corpo, gastam horas em frente ao espelho e não fazem economia quando o assunto é beleza e cosméticos.

Para Rogério Azor Bocalari, cinegrafista e metrossexual assumido, o homem que se preocupa com a aparência faz parte de uma cultura que tem crescido a cada dia, por isso as clínicas de beleza estão investindo mais nesse segmento. “Eu conheço muita gente que critica e diz que as coisas que eu faço para melhorar minha aparência são referentes ao comportamento feminino. Mas eu discordo dessas pessoas, porque elas ainda têm na mente a ideia de que o homem é aquele cara ‘ogro’ e ‘antigão’”.

Segundo a socióloga Arlene Denise, a metrossexualidade é um reflexo da nossa cultura narcisista e consumista. “Nós vivemos numa cultura em que as pessoas precisam o tempo todo ser vistas; para isso, precisam consumir. A nossa mídia está a serviço da cultura do consumo, porque, quanto mais vaidoso um homem for, tanto mais ele vai gastar com salão de beleza, academia, depilação e cosméticos de todos os tipos”, recorda Arlene.

Confira no vídeo abaixo o 2º bloco da reportagem

Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, só nos últimos cinco anos cresceu em 93% a frequência de homens em clínicas de estética e salões de beleza no país. Uma pesquisa norte-americana também revelou que os homens estão investindo mais tempo e dinheiro com a aparência: eles consomem, em média, 22 minutos diários em frente ao espelho e quase dois mil reais mensais em produtos de beleza. 72% deles disseram se sentir mais pressionados pela sociedade em relação à aparência do que há 10 anos.

A crise da paternidade

De acordo com especialistas no assunto a crise da masculinidade desemboca numa outra crise: a da paternidade. Mas qual a importância da figura paterna para uma pessoa?

Crise da masculinidade, Destrave

Dr. Alberto Pereira Lima Filho, em entrevista para o Destrave / Foto: reprodução

“O pai apresenta ao filho o mundo ordenado, que tem leis, regras, costumes e ética e a noção do outro. O avesso disso é desastroso, é o que chamamos de psicopatia, que é justamente a ausência de senso de limite, de regra e da falta da noção do outro na psique”, informa o psicólogo Alberto Pereira Lima.

Segundo o especialista, as pessoas não estão “à deriva” de um pai, mas, muitas vezes, têm um pai “disfuncional”, ou seja, desajustado e inoperante. “A presença de um pai ‘disfuncional’ grita mais do que a ausência física de um pai, porque ele vai funcionar como um parâmetro para a construção de um ser de conduta problemática e desviante”, destaca o psicólogo.

A reflexão do doutor Alberto está de acordo com estudos realizados nos Estados Unidos, os quais mostram que, neste país, uma em cada três crianças vive sem o pai biológico ou sem referência paterna em casa. Os números das pesquisas revelaram que, nos lares sem a presença do pai, as chances de as crianças viverem na pobreza são quatro vezes maiores. Revelaram também que elas apresentam níveis mais elevados de comportamento agressivo. E que a mortalidade infantil entre esse público é duas vezes maior e que estão mais propensas à delinquência e a ter problemas com a lei. Os números também mostraram que as jovens que crescem sem a presença paterna têm sete vezes mais probabilidade de engravidar na adolescência e maior probabilidade de sofrer maus-tratos e negligência. E estão mais propensas ao uso e ao abuso de álcool e drogas. E duas vezes mais suscetíveis à obesidade e ao abandono dos estudos.

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O fenômeno da Adultescência https://destrave.cancaonova.com/o-fenomeno-da-adultescencia/ https://destrave.cancaonova.com/o-fenomeno-da-adultescencia/#comments Tue, 05 Aug 2014 14:46:36 +0000 http://destrave.cancaonova.com/?p=9967 “Adultescência”. Talvez o nome lhe soe um pouco estranho, mas acredite, é um novo termo que surge para classificar uma geração de adultos que insiste em permanecer imersa no mundo juvenil. Segundo Andreia Perroni, doutora em semiótica da cultura e professora universitária, são pessoas entre 25 e 40 anos que gostam de se fantasiar de...

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“Adultescência”. Talvez o nome lhe soe um pouco estranho, mas acredite, é um novo termo que surge para classificar uma geração de adultos que insiste em permanecer imersa no mundo juvenil.

Segundo Andreia Perroni, doutora em semiótica da cultura e professora universitária, são pessoas entre 25 e 40 anos que gostam de se fantasiar de super-heróis, colecionar carrinhos e personagens de ficção científica, passam horas no vídeo-game, e tudo isso sob a supervisão dos pais.

“Interiormente, são pessoas um pouco mais superficiais, que não suportam rotina, não conseguem lidar direito com responsabilidades, por isso, não possuem relacionamentos definitivos. A ideia de casamento ou filhos, por exemplo, lhes parece custosa. Todos nós conhecemos alguém com essas características hoje; por isso, temos essa ‘síndrome’ contextual, ou seja, muita gente vivendo a mesma coisa”, afirma Andreia.

Confira no vídeo abaixo a primeira parte da reportagem

Esse fenômeno também foi descrito, em 1983, pelo psicólogo americano Dan Kiley em seu livro The Peter Pan Syndrome: Men Who Have Never Grown Up (Síndrome de Peter Pan: homens que nunca crescem), quando passou a receber em seu consultório homens adultos com desvios comportamentais, que beiram a certa regressão primitiva ao mundo infantil. Exatamente como o personagem da Disney, Peter Pan, um menino que não queria crescer, era dotado de poderes mágicos e vivia na Terra do Nunca, onde tudo era um eterno brincar.

“Pessoas procurando a juventude sempre houve na história da humanidade. Nós vemos, na mitologia grega, os deuses com características de jovens eternos, o mito da fonte da juventude, entre outros. O desejo de ser eternamente jovem sempre existiu. Por quê? Porque quanto mais jovem tanto mais longe da morte. Contudo, antigamente, isso era visto como algo ponderado, nós víamos essa situação apenas nos contos e mitos”, recorda a professora.

Andreia Perrone Escudeiro em entrevista para o Destrave

Andreia Perroni Escudeiro, doutora em semiótica da cultura pela PUC-SP. Foto/ reprodução

Para a doutora, um dos fatores que fizeram eclodir esse comportamento “juvenilizado” se deu pela crise de sentido trazida pela pós-modernidade. “A pós-modernidade criou um ambiente propício para a adultescência. As pessoas não estão mais se encontrando na sua identidade”, enfatiza Perroni.

Geração Canguru

Segundo os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil segue uma tendência mundial quando o assunto é filhos permanecerem na casa dos pais por mais tempo, o que especialistas têm chamado de “Geração Canguru”. Um levantamento feito, em 2012, segundo dados da Penad (Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio), mostra que 24% dos jovens entre 25 a 34 anos vivem com os pais, sendo 60% homens e 40% mulheres.

Confira no vídeo abaixo a segunda parte da reportagem

“Hoje, existe uma cultura, até da própria mídia, dizendo para esse jovem: ‘Fique e fique protegido’. Há também uma movimentação dos próprios pais, dizendo aos filhos: ‘Fique mais um pouquinho! Para que você vai sofrer saindo de casa tão cedo?’. Esse ‘tão cedo’ já são 30 e poucos anos. Ou seja, existe uma cultura mostrando para essa pessoa que a saída de casa vai ser só prejuízo. Ele vai ter de se virar sozinho, vai ter de pagar contas, ter responsabilidades. Estamos em meio a uma geração que não quer responsabilidades”, alerta a psicóloga clínica Luciane Evangelista.

O Destrave conversou com Júlio César, um homem de 39 anos que mora com os pais, na mesma casa em que nasceu e cresceu. Ele coleciona carrinhos, revistas de mangá, personagens de ficção científica, além de gostar muito de vídeo-game. “Nunca tive oportunidade nem condições financeiras para sair [da casa dos pais]. O tempo foi passando e eu decidi ficar aqui mesmo”, conta.

Júlio César, 39 anos, mora com os pais e gosta de fazer coleções. Foto/ reprodução

“Eu não gosto muito da rotina, porque ela me sufoca. Dentro do casamento tem rotina, por isso eu não quero casar e ficar assim tão preso. Eu gosto mesmo é de ter liberdade, uma vida mais solta”, revela Júlio.

Juvenilização e mídia

De acordo com os especialistas no assunto, a mídia a serviço da cultura do consumo tem uma influência muito grande no que se tem chamado de Geração X e Y. Personagens dos anos 80 e 90 estão ganhando forças nas revistas, no vestuário, nos brinquedos e, principalmente, no cinema. Não à toa, os grandes sucessos do cinema atual são os heróis de 20, 30 anos atrás, como os clássicos da Marvel: Homem Aranha, X-Men, Batman, Thor, entre outros.

Segundo pesquisa da Ericson de 2014, 50% dos norte-americanos que jogam vídeo-game têm mais de 34 anos, e o Brasil segue a mesma tendência. Por essa razão, o mercado de games é um dos que mais crescem no mundo em razão da nova demanda que tem alavancado esse segmento: os adultos.

Confira no vídeo abaixo a terceira parte da reportagem

Junta-se a esse fenômeno do “eternamente jovem” a ditadura da beleza, com seus produtos cosméticos e suas promessas de rejuvenescimento corporal, de plásticas, silicones, entre outros. Toda essa procura pela “fonte da juventude” – seja ela estética seja ela tecnológica – tem gerado angústia nas pessoas, o que tem sido muito bem aproveitado pelo marketing do consumo.

“Você olha para a televisão e os protagonistas são muito jovens, muito bonitos e criativos. As capas das revistas sempre nos remetem a uma juventude a qualquer preço, ou seja, toda a mídia cria um ambiente propício para a adultescência”, denuncia Andreia Perroni.

Jovens Nem-Nem

Outra característica de jovem que tem aumentado no Brasil são os “nem-nem” (nem trabalham nem estudam). Segundo dados do Penad, 1/5 (9,6 milhões) dos jovens entre 15 e 29 anos vivem nessa situação no país. É como se todo o Estado de Pernambuco não estudasse nem trabalhasse. Desse número, 73% são mulheres.

Segundo o IBGE, há fatores sócio-econômicos que podem explicar esse fenômeno, pois não significa que esses jovens estejam ociosos, “mas não dá para jovens, de 15 a 17 e de 18 a 24 anos, ficarem sem estudar nem trabalhar. É um motivo de preocupação”, diz Ana Lúcia Saboia, coordenadora da pesquisa.

Confira no vídeo abaixo a quarta e última parte da reportagem

 Geração do futuro

Segundo os especialistas no assunto, a adultescência e o comportamento infantilizado não são uma modinha ou algo passageiro, estamos falando do comportamento padrão de uma nova geração, um novo contexto cultural que se tornará normal para a sociedade. 

“Eu acredito que esta é uma tendência que vai se acirrar ainda mais, porque não estamos vendo uma mudança estrutural na educação de nossas crianças”, afirma Andreia Perroni.

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Droga, um problema nosso https://destrave.cancaonova.com/drogas-um-problema-nosso/ https://destrave.cancaonova.com/drogas-um-problema-nosso/#comments Thu, 26 Jun 2014 20:36:40 +0000 http://destrave.cancaonova.com/?p=9770 Não é novidade para ninguém que a droga é um flagelo social que não escolhe cor, raça nem classe social. Todos nós conhecemos alguém que se enveredou pelo mundo obscuro dos entorpecentes e acabou não voltando de lá. Enquanto muitos perdem pessoas queridas para as drogas, a sociedade em geral se pergunta: “O que pode...

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Não é novidade para ninguém que a droga é um flagelo social que não escolhe cor, raça nem classe social. Todos nós conhecemos alguém que se enveredou pelo mundo obscuro dos entorpecentes e acabou não voltando de lá. Enquanto muitos perdem pessoas queridas para as drogas, a sociedade em geral se pergunta: “O que pode ser feito?”, “De quem é a responsabilidade?”.

A verdade é que a história da droga é tão antiga quanto à história do próprio homem. Os povos antigos, em busca de cura e alívio para suas dores, procuravam em plantas e fungos substâncias que aliviassem suas dores, mas algumas também causavam alteração de consciência. A medicina moderna encontrou, nesses elementos da natureza, princípios ativos para a produção de medicamentos em massa. O problema é que muitas dessas substâncias saíram dos laboratórios e passaram a ser consumidas de forma recreativa. Com o passar dos tempos, o homem moderno se deu conta de que o uso abusivo dessas substância trouxe para ele um grande problema, o da dependência química.

“As drogas agem diretamente no sistema de recompensa do cérebro, dando ao usuário uma grande sensação de prazer. O organismo tende a querer repetir essa sensação prazerosa causada pelas drogas; daí surge a dependência química”, explica a psiquiatra Daniela Guimarães.

Segundo o psicólogo clínico Mateus Fiuza, a constituição psíquica da pessoa também a predispõe ao uso abusivo. “A gente precisa entender como essa pessoa foi formada, quais valores foram passados para ela ao longo de sua vida. Na psicanálise, diz-se que a droga representa – de forma simbólica – a falha da função paterna”.

Confira, no vídeo abaixo, a primera parte do programa sobre o efeito da droga no organismo e veja testemunhos de quem vive o drama de perto.


Um novo problema: as drogas sintéticas

Um documento do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNDOC) revelou que a maconha e a cocaína são as drogas mais consumidas no mundo, e afirmou que esse ranking está com os dias contados. As drogas sintéticas estão passando por uma expansão global jamais vista no mundo dos alucinógenos. Drogas sintéticas são substâncias formadas por um ou mais elementos químicos que causam alucinações, estimulando ou deprimindo o sistema nervoso central.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), esse tipo de droga não possui controle internacional e, em muitos países, não possui uma legislação que controle o uso e o comércio. Só no ano de 2013 foram registrados 354 variações de novas drogas que prometem novas sensações aos jovens. Isso significa que, a cada 3 dias, uma nova droga é fabricada em algum laboratório no mundo.

“As drogas sintéticas podem ser classificadas como estimulantes; elas liberam uma quantidade muito grande de adrenalina no organismo, acelerando os batimentos cardíacos e causando o aumento da pressão arterial. Por essa razão, elas são consideradas ‘drogas das baladas’, principalmente nas raves, porque as pessoas ficam ‘acesas’ por várias horas sem dormir”, diz a psiquiatra Daniela Guimarães.

Segundo a psiquiatra, uma única dose pode causar um dano irreparável. “Nós temos um índice significativo de pessoas que desenvolveram doenças mentais como esquizofrenia, transtornos de ansiedade e depressão por causa do uso de substâncias sintéticas.”

O que são e quais as consequências do LSD e do Ecstasy no organismo?

O flagelo do crack

Hoje, sobretudo no Brasil, é impossível falar de drogas e não abordar a questão do crack. “No país, não existe um município sequer aonde esse mal não tenha chegado. Por possuir um alto risco de dependência já no primeiro uso, o crack já se tornou o maior desafio da saúde pública das grandes capitais. Essa substância é, na verdade, um subproduto da cocaína. Quando se prepara o refino dela, o soro gerado desse refino, ou seja, a sua limpeza, é transformada em pedra. Podemos dizer, então, que o crack é o lixo da cocaína”, diz Luiz Carlos dos Santos, da polícia científica de São José dos Campos (SP).

“A substância do crack e a forma com que ele é consumido gera, no usuário, uma grande sensação de prazer, pouco visto em outras drogas. Se você perguntar para uma pessoa que usa crack, ela vai lhe dizer que outras experiências prazerosas da vida como alimentação, relação sexual, entre outros,  já não lhe dão prazer. Por isso, essas pessoas querem usar uma pedra atrás da outra”, destaca a dra. Daniela.

Crack, a droga devastadora

Um estudo da Fiocruz revelou que dos quase um milhão de usuários de crack e derivados da cocaína do país, 370 mil estão nas grandes capitais. A região nordeste concentra o maior número, com 145 mil usuários, seguidos das regiões sudeste e centro-oeste. O estudo revelou que, do número total de usuários, 50 mil são crianças e adolescentes, 80% do sexo masculino e 45% vivem nas ruas. Entre os motivos que levaram as pessoas a consumir o crack estão problemas familiares, as decepções afetivas e a falta de perspectiva de vida.

Confira, no vídeo abaixo, a segunda parte do programa sobre as drogas sintéticas e o crack.



Maconha e política da legalização

A maconha é ainda a droga ilícita mais consumida do mundo. As discussões sobre os seus reais efeitos e as políticas de descriminalização da droga têm levantado calorosos debates e manifestações pró e contra o uso dela em todo o mundo.

Mas afinal, a maconha vicia? E se vicia, por que a legalizar?

Muita gente acha que, por se tratar de uma droga leve, não menos nociva que o álcool, a maconha não vicia ou, no máximo, cria a dependência psicológica. Mentira! A maconha causa dependência química e outros danos como destruição de células neuronais, desajustamento no sistema reprodutor e ativamento de doenças mentais como a esquizofrenia; além de ser a principal porta para drogas mais pesadas.

A psiquiatra Daniela Guimarães afirma: "A maconha vicia e causa outros malefícios" Foto: reprodução

“Sim, a maconha vicia, além de causar outros malefícios. Ela tem tolerância à dependência, porque o seu princípio ativo também age no sistema de recompensa do cérebro. Obviamente, ela não é tão estimulante ou depreciativa quanto outras como o crack, mas a pessoa que consome maconha também fica dependente dela, tendo, inclusive, crises de abstinência”, alerta a psiquiatra.

Para o especialista em drogas do laboratório do Denarc de São José dos Campos (SP), Luiz Carlos dos Santos, a política de legalização quer enfraquecer o narcotráfico, mas o tiro pode sair pela culatra. “Na verdade, o que se quer é tirar a droga do traficante e passar a vendê-la num laboratório, por exemplo; mas isso não vai diminuir o mercado negro, porque a ‘molecadinha’, na escola, vai querer experimentá-la”.

As consequências da maconha no organismo

O Uruguai foi o primeiro país a legalizar a produção e a venda da maconha na América do Sul, apesar de 66% dos uruguaios serem contra essa política. No Brasil, um levantamento da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) revelou que 75% dos brasileiros são contra a descriminalização e a legalização da droga, e que apesar de o Brasil não ser um dos maiores consumidores de maconha do mundo, 1/3 dos usuários brasileiros podem ser considerados dependentes da erva, pois apresentam sinais de ansiedade, quando não podem consumi-la; perda do controle do uso ou fracasso ao tentar parar de usá-la.

“Eu acho que todos precisam estar cientes dos riscos que a maconha traz à população em geral, para, só depois, fazerem a sua opção”, alerta a psiquiatra Daniela.

A discussão da política de legalização da maconha ainda está permeada de questões ideológicas e políticas no Brasil e pouca importância se tem dado aos estudos sobre os perigos da droga para o organismo. Ultimamente, até o Papa Francisco afirmou estar preocupado com o aumento de usuários jovens da droga e com as políticas de legalização em muitos países. “Quero expressar, com total clareza, que a droga não se derrota com droga. Ela é um mal e com o mal não pode haver cessões ou compromissos”, denunciou o Santo Padre.

Confira, no vídeo abaixo, a terceira parte do programa: a discussão sobre a maconha e sua legalização.


O que pode ser feito?

As pessoas ainda se perguntam o que pode ser feito para diminuir os impactos físicos, psíquicos e sociais causados pela droga. A verdade é que não existe uma resposta pronta, de forma mágica.

“Há muitas questões que envolvem o problema da droga, como o narcotráfico. Como existe uma série de interesses políticos e econômicos por trás disso, a família também fica impotente. Hoje, devemos nos perguntar, acima de tudo, como está esse ser humano e o que podemos fazer por ele”, enfatiza padre Júlio Lancelotti, sacerdote da Arquidiocese de São Paulo, o qual, há muitos anos, realiza um trabalho em favor dos moradores de rua e adictos da região da Cracolândia.

Para o sacerdote, muitos dos projetos que se “dedicam” a fazer algo em favor dos usuários soa mais como um tipo de “higienismo”. “Hoje, vemos que esses projetos querem dar casa e trabalho para os usuários, mas ‘dar casa’ não é colocá-los num prédio dentro da Cracolândia; e trabalho não é só varrer rua. Então, o que estamos vendo, por parte dos governantes, até hoje, é um tipo de ‘higienismo'”, enfatizou.

Padre Julio Lancelotti salienta: "É preciso entender o que acontece com o ser humano". Foto: reprodução

As comunidades de cunho religioso ainda são as que mais atuam dentro de espaços como a Cracolândia e as que mais apresentam resultados na recuperação dos dependentes químicos. Anderson, um usuário em recuperação, acompanhado pela Aliança de Misericórdia, diz que encontra, na comunidade católica, um lugar de acolhimento que faz a diferença. “Aqui, a gente não é tratado com indiferença, e eu tenho fé que, assim como estão fazendo algo por mim, quando eu sair [das drogas] vou fazer algo pelo próximo também”, afirma Anderson.

No interior de São Paulo, em Guaratinguetá (SP), existe a Fazenda da Esperança, uma instituição católica que, há anos, trabalha na recuperação de dependentes químicos. Segundo o membro consagrado da Família Esperança Kollen dos Santos, o usuário precisa querer ser internado e saber que precisa de ajuda. Nesse local, além dos momentos de espiritualidade, os internos trabalham na harmonia da casa. “Muitos deles chegam aqui desajustados, muitos vieram da rua, e o trabalho de arrumar a casa, cuidar do jardim, colocar as coisas em ordem é um processo terapêutico que harmoniza o interior deles também”, diz Kollen.

Confira, no vídeo abaixo, a quarta parte do programa sobre a importância da família na recuperação e quem já está fazendo algo para amenizar o problema causado pelas drogas

Para entender melhor a reportagem e os testemunhos que colhemos durante as gravações, assista aos vídeos. Durante o mês de julho, vamos apresentar mais dados e discussões sobre essa problemática.

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Cristãos perseguidos https://destrave.cancaonova.com/cristaos-perseguidos/ https://destrave.cancaonova.com/cristaos-perseguidos/#comments Wed, 26 Dec 2012 12:29:37 +0000 http://destrave.cancaonova.com/?p=8353 Cerca de 105 mil cristãos são perseguidos todos os anos por causa de sua fé. O número de mártires nos dois últimos séculos supera os de toda a história do cristianismo A história do Cristianismo é mesclada com a história de incontáveis mártires que, desde os primeiros séculos até os dias de hoje, testemunham, com o derramamento...

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Cerca de 105 mil cristãos são perseguidos todos os anos por causa de sua fé. O número de mártires nos dois últimos séculos supera os de toda a história do cristianismo

Imagem manchada com sangue de cristãos em atentado no Egito

A história do Cristianismo é mesclada com a história de incontáveis mártires que, desde os primeiros séculos até os dias de hoje, testemunham, com o derramamento de sangue, a fé incondicional no Salvador da humanidade.

Já nos Atos dos Apóstolos, temos o relato do martírio de Estevão e o apóstolo Tiago. A partir daí, o Cristianismo é dispersado pelo mundo e chega a Roma, onde sob o imperador Nero (64 D.C) inaugura-se uma verdadeira caça aos cristãos, a qual só terá fim três séculos depois.

“No início, os cristãos precisavam ser bem preparados para assumirem o batismo, porque abraçar a fé, naquela época, significava correr um perigo constante de morte”, afirma padre Carlo, professor de história da Igreja na Universidade Santa Cruz de Roma.

Quando falamos de perseguição ao Cristianismo, nada pode se comparar ao Século XX. Só os mártires provenientes das grandes revoluções e regimes ditatoriais superam os de toda a história. A Revolução Russa (1917), por exemplo, levou à morte cerca de 17 mil sacerdotes e 34 mil religiosos. O Comunismo se espalhou pelo mundo e declarou a religião como subversiva e inimiga do Estado. Igrejas, conventos e seminários são fechados e destruídos. São incontáveis os números de mártires em países como União Soviética, Lituânia, Romênia, China, Vietnã, Camboja e Cuba.

Veja a primeira parte da reportagem 

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Na Revolução Nacionalista espanhola (1931), a Igreja Católica é condenada à extinção e considerada um inimigo a ser abatido por todos os meios. Entre sacerdotes, religiosas e religiosos, o número de mortos chegou a 6.832, sendo 13 bispos, 4.184 padres diocesanos, 2.365 religiosos, 283 religiosas e vários seminaristas. Em 28 de outubro, Bento XVI beatificou 398 mártires desta revolução de uma só vez, o que ficou conhecido como a maior beatificação da história da Igreja.

Os cristãos perseguidos hoje

Em nossos tempos, o número de cristãos perseguidos também caminha para se igualar aos do século passado. Segundo o sociólogo investigador David Barrett, no seu livro World Christian Trends AD 30-AD 2200, na primeira década deste milênio foram 160 mil cristãos assassinados e, na segunda década, calcula-se o número de 150 mil. Segundo os cálculos, um cristão é assassinado a cada cinco minutos, um dado que os coloca no topo dos grupos mais perseguidos do mundo.

Por que nem todos sabem destes dados?

“Não é interessante para a mídia divulgar o martírio de cristãos”, diz a missionária do ministério Portas Abertas, um grupo evangélico fundado por Irmão André ainda na época da ‘cortina de ferro’, o qual tem por missão dar suporte a esta Igreja perseguida. Segundo a missionária – que já visitou países como Cuba, Iraque e Paquistão -, os cristãos desses países não possuem, muitas vezes, nem sequer uma Bíblia e vivem a sua fé sob a pressão de grupos radicais islâmicos. “Estes nossos irmãos vivem uma fé autêntica, porque ser cristãos em países hostis ao Cristianismo significa viver sob o constante risco de morte ou tortura. Uma pessoa muçulmana que se converte ao Cristianismo, por exemplo, morre se não voltar atrás, mas, mesmo assim, eles não negam a fé em Jesus”, diz Elizabeth.

Veja a segunda parte da reportagem

Um outro tipo de perseguição

A perseguição em nossos tempos não é somente a física, ou seja, o martírio de sangue. Existe uma outra forma de perseguição que se espalha pelo mundo e por países que, antes, eram profundamente cristãos.

“O Papa fala hoje do martírio da ridicularização, ou seja, se você se denomina cristão no trabalho, na universidade ou coloca um crucifixo no peito, eles o ridicularizam. Vão chamá-lo de alienado, de fundamentalista, medieval. Não é uma perseguição que vem com as armas, mas com a cultura”, explica professor Felipe Aquino, professor de História da Igreja e apresentador da TV Canção Nova.

Um exemplo desta secularização e hostilidade ao Cristianismo, sobretudo à Igreja Católica, mostra-se na França. “Recentemente, a ministra do alojamento francês acabou de pedir, publicamente, que a Igreja devolva imóveis e salas para colocar outras pessoas dentro. O atual governo decidiu voltar atrás no reconhecimento de diplomas dos estudantes sob o argumento de que estas instituições estão ligadas à Igreja e ao Vaticano e não podem gozar dos mesmos privilégios das instituições estaduais”, disse Louis-Marie Guitton, responsável pelo observatório sócio-político da diocese de Toulon, na França.

No Brasil, este laicismo também começa a dar as suas caras. Em março deste ano, a pedido da Liga Brasileira de Lésbicas, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul  (RS) determinou a retirada dos crucifixos e símbolos religiosos dos espaços públicos e prédios da justiça gaúcha. Em novembro, o Procurador Regional dos Direitos do Cidadão, Jefferson Aparecido Dias, pediu a retirada do termo “Deus seja Louvado” das cédulas da moeda brasileira, o Real, com o argumento de que o Estado é laico.

Veja a última parte da reportagem

Um Estado laico significa negar a cultura religiosa de seu povo?

“Nós estamos num Estado cuja maioria da população é cristã, isto significa que ter um crucifixo, por exemplo, num prédio público é respeitar o sentimento religioso desta maioria e também a fé cristã que está impregnada na cultura do Brasil”, diz o advogado especialista em direito civil Aleksandro Clemente.

Já para Elizabeth, da missão Portas Abertas, é preciso que os cristãos do Brasil aprendam com os países que se fecharam ao Evangelho. “Se nós formos ver, os países mais hostis ao Cristianismo, hoje, são aqueles nos quais o Cristianismo era muito forte no início, onde ele nasceu. Nós precisamos estar atentos às leis que tramitam no Congresso, porque nenhum país se fecha ao Evangelho da noite para o dia, as coisas vão acontecendo devagar”, disse a missionária.

Veja mais sobre o tema:

O martírio da ridicularização

Os mártires do século XX e o terceiro segredo de Fátima

A perseguição religiosa no Brasil

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É possível curtir uma noite santa? https://destrave.cancaonova.com/balada-crista/ https://destrave.cancaonova.com/balada-crista/#comments Wed, 21 Nov 2012 18:38:56 +0000 http://destrave.cancaonova.com/?p=8263 “Final de semana chegando, vai batendo aquele tédio. O que fazer? Para onde ir? Deu uma vontade de curtir uma balada… Ai, meu Deus, espera aí, eu sou um jovem cristão e não convém curtir uma balada qualquer! Quero um lugar com músicas sem duplo sentido, dançar sem precisar de sensualidade, um lugar que não...

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“Final de semana chegando, vai batendo aquele tédio. O que fazer? Para onde ir? Deu uma vontade de curtir uma balada… Ai, meu Deus, espera aí, eu sou um jovem cristão e não convém curtir uma balada qualquer! Quero um lugar com músicas sem duplo sentido, dançar sem precisar de sensualidade, um lugar que não me ofereça drogas para ficar mais ‘bem loco’ ou mais alegre. Quero fazer amizades que me acrescentem algo bom. Isto é possível?”

Para muitos jovens este lugar não existe ou ainda precisa nascer, mas acredite, as baladas santas já são uma realidade na Igreja. Cristotecas, shows de evangelização, acampamentos, barzinhos de Jesus e outras iniciativas promovem uma diversão sadia e um ambiente de fraternidade e oração.

A equipe do Destrave percorreu ‘a night’ por alguns fins de semana para mostrar como são estes ambientes de ‘baladas santas’ para os jovens. Nossa primeira parada foi no evento ‘Cristo é o Show’, realizado pela paróquia Nossa Senhora da Paz, na cidade de Ferraz de Vasconcelos (SP). Lá, encontramos centenas de jovens se divertindo, dançando e curtindo música eletrônica cristã. Animando a noite, um padre DJ.

“As cristotecas não são apenas um lugar de dança e de balada, mas, antes de tudo, um espaço para que os jovens saiam das baladas do mundo e possam encontrar um ambiente de Igreja com Missa, adoração, pregações e testemunhos, ou seja, é um lugar para que os jovens se encontrem com Deus”, disse padre José Antônio da Silva Coelho, mais conhecido como padre DJ Zeton, da diocese de Santo Amaro (SP).

Confira a primeira parte da reportagem

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Nossa segunda parada foi na região de Itaquera, zona leste da cidade de São Paulo. Na obra social Dom Bosco aconteceu a Cristoteca, evento realizada pela Comunidade Aliança de Misericórdia, pioneira na evangelização pelas cristotecas. “Um dos nossos padres fundadores da comunidade, padre João Henriques, realizava uma oração de libertação de uma jovem na Itália; nesta oração, o demônio falou que atingia os jovens pela discoteca. Neste momento, o padre teve uma luz e disse: ‘se o mal pega os jovens pela discoteca, nós precisamos ganhá-los pela cristoteca'”, nos contou o padre Custódio, sacerdote da Comunidade Aliança de Misericórdia.

Está enganado quem pensa que as cristotecas são feitas de música eletrônica e shows a noite inteira. Nossa equipe foi testemunha dos momentos de céu neste ambiente, no qual a presença de Deus nos atingia profundamente por meio das pregações e adoração ao Santíssimo Sacramento.

Confira a segunda parte da reportagem

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Neste mesmo dia, nossa repórter Andreza Moraes acompanhou também um casal de noivos, Gabriela e Francisco, os quais se conheceram na cristoteca da Aliança de Misericórdia e, hoje, fazem um trabalho para conquistar os jovens, neste ambiente, por meio da dança. “Os jovens se sentem atraídos pela dança e nós fazemos com que esta arte seja uma porta para que Deus os atinja”, disse o jovem Francisco.

Nossa terceira parada foi em casa mesmo, em Cachoeira Paulista (SP), sede da comunidade Canção Nova, durante o Acampamento PHN. Há 17 anos, a Comunidade Canção Nova realiza os Acampamentos de Oração, uma das primeiras realidades de Igreja a oferecer oportunidade de uma noite santa para os jovens católicos. Os shows sempre foram uma excelente maneira de atingir os jovens pela música de vários ritmos durante os acampamentos.

Confira a terceira parte da reportagem

Um dos nomes mais conhecidos nos shows da Canção Nova é o cantor e missionário Dunga que, por meio da música, um estilo pop-rock, atrai milhares de jovens no Acampamentos PHN. “Eu penso que a Canção Nova não só leva esta diversão sadia para os jovens nos acampamentos e também pela TV, rádio e internet, mas muda o conceito do que é uma balada, na qual o jovem se diverte sem drogas e sem sexo”, explica o missionário.

Os shows da Canção Nova reúnem vários estilos musicais: tem rock, raggae, tecno e forró. “Eu vejo que os jovens não podem reclamar de falta de boa diversão na Igreja. Hoje, nós apresentamos esta realidade da noite, da balada, da verdadeira alegria nos de ritmos de forró, rock, cristotecas. Tem espaço para todo mundo”, conta Grampulino, músico da dupla DDD, que leva o forró católico às baladas do Brasil afora.

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Ideologia de gênero, conheça seus perigos e alcances https://destrave.cancaonova.com/ideologia-de-genero-seus-perigos-e-alcances/ https://destrave.cancaonova.com/ideologia-de-genero-seus-perigos-e-alcances/#comments Wed, 17 Oct 2012 18:56:39 +0000 http://destrave.cancaonova.com/?p=8098 Gênero, orientação sexual e identidade de gênero são palavras que você, certamente, já escutou onde esperaria encontrar o termo masculino e feminino. Mas cuidado, porque novos termos no linguajar social podem tentar esconder uma ideologia que visa desconstruir o modelo de família e sociedade como a conhecemos hoje. “A ideologia de gênero é uma tentativa...

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Gênero, orientação sexual e identidade de gênero são palavras que você, certamente, já escutou onde esperaria encontrar o termo masculino e feminino. Mas cuidado, porque novos termos no linguajar social podem tentar esconder uma ideologia que visa desconstruir o modelo de família e sociedade como a conhecemos hoje.

“A ideologia de gênero é uma tentativa de afirmar para todas as pessoas que não existe uma identidade biológica em relação à sexualidade. Quer dizer que o sujeito, quando nasce, não é homem nem mulher, não possui um sexo masculino ou feminino definido, pois, segundo os ideólogos do gênero, isto é uma construção social”, diz o médico chileno, especialista em bioética, Dr. Christian Schnake.

Confira a primeira parte da reportagem

 

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Por que uma ideologia?

Segundo estudiosos, o conceito de ‘gênero’ está sendo sugerido em muitos lugares como uma verdade científica, mas esconde uma teoria político-social, cujas raízes estão na filosofia marxista de luta de classes, na qual, segundo o filófo alemão Frederick Engels, na sua obra “A Origem da Família, da Propriedade e do Estado”, escrita em 1884, “O primeiro antagonismo de classes da história coincide com o desenvolvimento do antagonismo entre o homem e a mulher unidos em matrimônio monogâmico; e a primeira opressão de uma classe por outra, com a do sexo feminino pelo masculino”.

Na gênese da ideologia de gênero, está o movimento feminista radical dos anos 60 e 70, que, apoiado na filosofia marxista citada acima e nas ideias da filósofa francesa Simone de Beauvoir – a qual disse: “ninguém nasce mulher, mas sim torna-se mulher” -, chegou até as conferências da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre a mulher no Cairo (1994) e em Pequim (1995).

Um documento da Conferência Episcopal Peruana (leia o documento) – talvez o mais completo realizado sobre este tema em termos eclesiais – revela que por trás desta ideologia está uma estrutura de desconstrução social. “Está claro, portanto, que a meta dos promotores da ‘perspectiva do gênero’, fortemente presente em Pequim, é o de atingir uma sociedade sem classes de sexo. Para isso, propõem desconstruir a linguagem, as relações familiares, a reprodução, a sexualidade, a educação, a religião, a cultura, entre outras coisas”, cita o documento.

Primeiro alvo: a família

O documento da Conferência Episcopal Peruana também chamou a atenção para algumas ideias de intelectuais feministas de grande prestígio em universidades americanas e inglesas. Uma delas, Alison Jagger, autora de vários livros sobre a perspectiva de gênero, vai dizer:

“A destruição da família biológica que Freud jamais vislumbrou permitirá a emergência de mulheres e homens novos. (…) a própria ‘instituição das relações sexuais’, em que o homem e a mulher desempenham um papel bem definido, desaparecerá.”

Para o médico Dr. Christian Schnake, já é possível ver os resultados desastrosos desta ideia de desconstrução da família. “Nós vemos, hoje, os jovens confusos no que se refere à sua identidade sexual, ou seja, usando a sexualidade de qualquer maneira, de forma utilitarista, sem contar o próprio conceito de ‘pai e de mãe’ que fica cada vez mais distante de ser um referencial para esta juventude”, diz o especialista.

Para o bispo auxiliar da arquidiocese de Aracaju (SE), Dom Henrique Soares, a equiparação das uniões homoafetivas à condição de família seria um desvirtuamento do que a Igreja considera como a base da sociedade. “Nada contra os homossexuais, nada contra as uniões estáveis deles, mas tudo contra ao fato de que isso seja considerado família e que venha, a partir daí, adoção de filhos e, assim, o conceito familiar seja tão dilatado”, afirma o bispo.

Confira a segunda parte da reportagem

 

O movimento gay

Um outro fenômeno que tem suas bases na ideologia de gênero é o movimento gay. Segundo o documento da Conferência Episcopal Peruana, várias cartilhas e panfletos circularam em Pequim, em 1995, com “alguns textos empregados pelas feministas do gênero, professoras de reconhecidos colégios e universidades dos Estados Unidos” dentre os quais diziam:

“Os homens e as mulheres não sentem atração por pessoas do sexo oposto por natureza, mas sim por um condicionamento da sociedade”, e “existem diversas formas de sexualidade – inclusive homossexuais, lesbianas, bissexuais, transexuais e travestis – que são equivalentes à heterossexualidade.”

Para padre Paulo Ricardo, é preciso diferenciar o movimento gay da pessoa homossexual. “Homossexual é uma pessoa que sente atração pela pessoa do mesmo sexo, o gay é alguém que adotou uma postura política, expressiva e militante” diz o sacerdote.

Homossexualidade e a moral cristã

No Catecismo da Igreja Católica (CIC) podemos ler:

“Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves, a tradição sempre declarou que ‘os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados’. São contrários à lei natural. Fecham o ato sexual ao dom da vida. Não procedem de uma complementaridade afetiva e sexual verdadeira. Em caso algum podem ser aprovados” (CIC – 2357)

Vale lembrar que a Igreja faz uma distinção muito clara entre a tendência homossexual e os atos homossexuais. “A Igreja diz que uma pessoa homossexual pode ser santa se viver a castidade. Homofobia seria dizer ‘santidade é só para os héteros’, mas não, a espiritualidade cristã é inclusiva e chama todos a carregar a sua cruz”, diz padre Paulo Ricardo.

Resta claro que estamos diante de uma engrenagem que tenta mudar, a todo custo e de forma velada, a estrutura da sociedade como a conhecemos hoje. A pergunta que nós cristãos fazemos é: o que podemos esperar do futuro? Como será a educação dos nossos filhos? Como resistir a mais uma ideologia que quer minar a moral cristã? Talvez não tenhamos as repostas agora, mas recordamos a palavra de Bento XVI quando ainda era professor universitário em 1968: “O futuro da Igreja, também nesta ocasião, como sempre, ficará marcado de novo com o selo dos santos”.

ATENÇÃO

Obs: Nesta quarta-feira (11), o Senado Federal votará o PL 103/2012, Plano Nacional de Educação, que será o parâmetro educacional para todas as escolas em nosso país. O art 2 Par. III do PNE delimita como diretriz “a superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da igualdade racial, regional, de gênero e de orientação sexual”. Isto significa que todas as escolas, inclusive as confessionais, serão obrigadas a ensinar seus alunos que o sexo masculino e feminino são ‘imposições culturais’, e que, na verdade, se pode escolher entre ser homem, mulher, bissexual ou homossexual, sendo a identidade biofísico-sexual algo ultrapassado. A instituição que ensinar a criança ou o jovem que existem apenas dois sexos (masculino e feminino – macho ou fêmea) pode incorrer em crime de discriminação e preconceito.

Veja também:

Às portas de uma nova ditadura?

Uma pessoa homossexual pode ser santa

Considerações sobre os projetos de reconhecimento legal das uniões entre pessoas homossexuais

Carta aos bispos da igreja católica sobre o atendimento pastoral das pessoas homossexuais

FAMÍLIA, MATRIMÔNIO E “UNIÕES DE FATO”

 

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Os transtornos da sexualidade https://destrave.cancaonova.com/os-transtornos-da-sexualidade/ https://destrave.cancaonova.com/os-transtornos-da-sexualidade/#comments Wed, 12 Sep 2012 14:15:39 +0000 http://destrave.cancaonova.com/?p=7780 A sociedade apresenta cada vez mais os sintomas dos transtornos causados pela ideologia do sexo fácil, livre e sem responsabilidade. A cada dia, cresce o número de pessoas mergulhadas em compulsões de ordem sexual, viciadas em pornografia e mergulhadas num vazio interior. Como enfrentar este problema? É o que o Destrave vai mostrar nos vídeos...

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A sociedade apresenta cada vez mais os sintomas dos transtornos causados pela ideologia do sexo fácil, livre e sem responsabilidade. A cada dia, cresce o número de pessoas mergulhadas em compulsões de ordem sexual, viciadas em pornografia e mergulhadas num vazio interior. Como enfrentar este problema? É o que o Destrave vai mostrar nos vídeos abaixo

Confira abaixo a 1ª parte da reportagem

O que é a sexualidade humana?

As pessoas precisam ter em mente que a sexualidade corresponde ao todo do ser humano. É um conjunto de relações corporais, afetivas, psíquicas, mas também um projeto espiritual. “O ser humano é corpo, mente e espírito. Estas três realidades precisam estar integradas para que a pessoa tenha uma sexualidade saudável. Se ela, por exemplo, faz sexo só com o corpo ou por uma compulsão psíquica, porque ‘deu vontade’, então ela está dilacerando o todo da sexualidade”, diz padre Paulo Ricardo da Arquidiocese de Cuiabá (MT).

Transtorno Compulsivo Hiperativo

“A compulsão sexual ocorre quando a pessoa tem, no sexo, a sua única forma de prazer. Geralmente, as pessoas que apresentam este tipo de transtorno sofrem com ansiedade, timidez, TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) e depressão, mas o que determina que a pessoa está dentro deste quadro é quando ela começa a ter prejuízos na sua vida cotidiana”, explica a psicóloga e terapeuta Gabriela Monéa.

Confira abaixo a 2ª parte da reportagem

Estima-se que 5 a 6% da população mundial sofra com este problema da compulsão sexual, sendo que a prevalência dos casos recaem sobre os homens. No entanto, existe um fenômeno que vem chamando a atenção dos especialistas: o crescente número de mulheres viciadas em sexo e pornografia.

“O sexo, na minha vida, era uma questão de vício, porque eu saia com um homem a cada noite. Eu tomava muita pílula do dia seguinte, era praticamente uma por dia”, diz a jovem A que prefere não se identificar.

O vício da pornografia

O fenômeno da pornografia é outro problema que atinge homens, mulheres e até crianças. Com a internet, o acesso a estes conteúdos chegam à incrível marca de 28 mil por segundo em todo o mundo. “O que há na pornografia é uma forma de olhar a pessoa como um objeto de consumo”, diz padre Paulo Ricardo.

Confira no vídeo abaixo a 3ª parte da reportagem

Para o jovem N. (que prefere não se identificar), o vício chegou de forma muito rápida e intensa. “Era acesso à internet todos os dias. Eu acessava e, depois, ficava naquele vazio me perguntando: ‘Por que eu fiz isto de novo?’ Quando a gente vê, não consegue sair mais, é uma bola de neve que vai nos levando, cada vez mais, para o buraco”.

Para o doutor em Teologia Moral e formador geral da Comunidade Canção Nova, padre Wagner Ferreira, não existe outra forma para se livrar do problema a não ser pedindo ajuda. “A pessoa precisa saber que, cada vez que ela guarda este transtorno para si, mais ele vem com força. Então, é preciso partilhá-lo com um amigo, uma pessoa da família e pedir ajuda.”

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Veja mais sobre o tema:

As consequências da revolução sexual 

 Virtude, a alegria sem opressão

A sexualidade faz parte da educação infantojuvenil 

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O impacto da cultura digital em nossas vidas https://destrave.cancaonova.com/cultura-digital/ https://destrave.cancaonova.com/cultura-digital/#comments Wed, 08 Aug 2012 18:31:07 +0000 http://destrave.cancaonova.com/?p=7462 Por Daniel Machado produtor do Destrave  Com a invenção da internet, nós entramos na chamada “cultura digital”, ou seja, um mundo novo com novas formas de se comunicar e relacionar, tudo isso proposto por novas tecnologias que avançam tão rapidamente como a própria velocidade da rede. “Cada tecnologia colocada na sociedade ela muda a sociedade...

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Por Daniel Machado
produtor do Destrave 

Com a invenção da internet, nós entramos na chamada “cultura digital”, ou seja, um mundo novo com novas formas de se comunicar e relacionar, tudo isso proposto por novas tecnologias que avançam tão rapidamente como a própria velocidade da rede.

"O mundo digital é um mundo irreversível", afirma a especialista Martha Gabriel

“Cada tecnologia colocada na sociedade ela muda a sociedade logo em seguida. Hoje, nós temos uma nova tecnologia revolucionária a cada 18 meses”, é o que diz a especialista em Marketing Digital, escritora e palestrante internacional Martha Gabriel. Segundo ela, é impossível pensar o mundo como o vemos hoje, sem estarmos conectados. “Se pararmos para pensar, nós não conseguiremos imaginar o mundo sem eletricidade. Eu diria que é a mesma coisa com relação à internet”, diz Martha.

Se a internet causou uma revolução no mundo, uma outra revolução aconteceu a partir dela: o conceito Web 2.0 com as chamadas redes sociais. Estas permitiram que nossa vida fosse compartilhada com o mundo. Uma simples foto de um lugar bonito, nossos gostos e opiniões podem, agora, atingir milhares de pessoas em tempo real.

“Na verdade, nós já vivíamos em rede, ou seja, todos nós já tínhamos nossos amigos na rua, na escola, no trabalho; mas com a Web 2.0 e as redes sociais nós temos uma plataforma para viver isso de forma on-line”, diz Armindo Ferreira, jornalista e especialista em Marketing Digital.

Para muita gente, no entanto, o fenômeno das redes sociais como Twitter e Facebook são “modinhas” que vão passar, mas não é o que pensa Armindo. Segundo o profissional, as mídias digitais vão passar por transformações, no entanto, vieram para ficar. “Eu, quando estudei a história da comunicação, fique imaginando como deve ter sido impactante ver o surgimento da TV. Nós estamos assistindo ao surgimento de uma nova mídia que vai moldar o comportamento das futuras gerações; então, não é mais uma moda”, explica Armindo.

Para se ter uma ideia de como estas novas mídias influenciam nossa cultura cada vez mais, em 2011, nos EUA, um em cada oito casais se conheceram nas redes sociais e se casaram. As ditaduras do mundo árabe caíram após jovens organizarem manifestações nas páginas do Facebook, o que ficou conhecido como a ‘primavera Árabe’. Desde 2010, as grandes empresas mundiais têm migrado boa parte de sua publicidade para estas novas mídias. No entanto, nem tudo é um mar de bits e amizades coloridas na internet.

Confira a segunda parte da reportagem

Os transtornos do mundo digital

Se presenciamos o surgimento de uma nova cultura, significa que também estamos sujeitos a conviver com os transtornos próprios deste mundo virtual. A superexposição, a necessidade de sempre adquirir a mais nova tecnologia e o vício em estar sempre conectado são alguns dos limites que este mundo começa a nos apresentar.

Segundo estudos realizados pela Universidade de la Salle nos Estados Unidos, existem cerca de 2, 2 bilhões de usuários de internet no mundo. Deste número, cerca de 50 milhões podem ser considerados viciados na rede.

“A pessoa pode ser considerada viciada na internet quando ela passa a ter prejuízos na sua vida cotidiana, porque só quer ficar on-line. Ela deixa de estudar, trabalhar e ter um convívio social saudável para ficar na rede”, analisa a psicóloga Renata Maransaldi, que trabalha no projeto AnjoTI, grupo que oferece ajuda às pessoas com transtornos compulsivos como vício de jogos, compras e internet.

“A pessoa é considerada viciada em internet quando deixa de ter vida social para ficar na rede” Renata Maransaldi

Segundo a especialista, a pessoa, muitas vezes, não se dá conta de que está trocando as suas relações pessoais, como convívio com a família e com amigos, pelo mundo cibernético. “A pessoa se programa para ficar duas horas na internet, mas passa a ficar oito ou mais, até mesmo o dia inteiro; então, é hora de buscar ajuda profissional”, alerta Renata.

“Eu sempre digo que rede social é espaço público, o que você não gostaria de fazer no mundo off-line não faça no on-line”, diz Martha Gabriel se referindo ao comportamento que tem se tornado muito comum nas redes: a superexposição. “Para que você fica postando, o tempo todo na rede, o que você faz ou gosta de fazer? Talvez isto dê poder aos outros, para que eles possam manipulá-lo no futuro”, diz a especialista.

Será que sou viciado em internet?

Os perigos da superexposição

Religião e cultura digital

Se a internet é um mundo no qual as pessoas se relacionam e compartilham de tudo, será que há espaço para Deus neste mundo? Será que a fé e a religião têm espaço nesta nova cultura?

"Deus está presente na rede porque o homem está aí", afirma padre Antonio Spadaro

“Sim. Deus é presente no mundo on-line, porque o homem está presente aí”, diz padre Antônio Spadaro, doutor em teologia da comunicação pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. Segundo o sacerdote, é preciso mudar o conceito de que a internet é apenas um instrumento, um meio de comunicação. “Internet é um ambiente de vida que exprime o desejo mais antigo do homem: conhecimento e relação”, relata o sacerdote.

Será que nós cristãos temos testemunhado o rosto de Cristo neste mundo? Será que ainda não estamos tímidos neste campo de missão? Uma pesquisa realizada com cristãos, no Reino Unido, apontou que 64 % dos entrevistados usam a internet para postar conteúdos religiosos, sendo que a faixa etária de 16 a 18 anos responde por 87% das pessoas que evangelizam, intencionalmente, por esses meios.

“Não se trata apenas de postar conteúdos religiosos na rede, o cristão deve ser ele mesmo, dar testemunho de sua fé; é assim que ele evangeliza”, diz padre Spadaro, que ainda faz um alerta: “Hoje, particularmente hoje, a evangelização é testemunho”.

A internet continua mudando o mundo e nós somos os protagonistas desta mudança. Somos testemunhas de uma novo modo de difundir a informação e o conhecimentos. Nesta cultura que estamos vendo nascer já nos inquietamos com algumas perguntas: como será o futuro? O que nos reserva este mundo de inovações e tecnologias? Como viverá as próximas gerações?

A resposta para estas indagações serão respondidas com a nossa vivência neste mundo de hoje.

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Consequências do consumismo https://destrave.cancaonova.com/consumismo/ https://destrave.cancaonova.com/consumismo/#comments Wed, 28 Mar 2012 19:20:01 +0000 http://destrave.cancaonova.com/?p=6700 Por Daniel Machado produtor do Destrave Quem não gosta de ir a uma loja, ao shopping ou até mesmo àquelas lojinhas de utensílios domésticos para adquirir coisas novas?A sensação de comprar algo novo é sempre prazerosa, mas pode tornar-se uma grande armadilha financeira, psicológica e até espiritual. Sem falar das festas cristãs como Natal e...

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Por Daniel Machado
produtor do Destrave

Quem não gosta de ir a uma loja, ao shopping ou até mesmo àquelas lojinhas de utensílios domésticos para adquirir coisas novas?A sensação de comprar algo novo é sempre prazerosa, mas pode tornar-se uma grande armadilha financeira, psicológica e até espiritual. Sem falar das festas cristãs como Natal e Páscoa, que se transformaram em datas de comércio.

Com a economia do Brasil a todo vapor, os brasileiros estão consumindo cada vez mais. Só o poder de compra da classe média cresceu de 44,19% para 51,89% nos últimos seis anos (dados da Fundação Getúlio Vargas); e este consumo não é só no território nacional, pois, segundo a Organização Mundial de Turismo (OMT), as despesas dos brasileiros, no exterior, totalizaram US$ 16 bilhões (R$ 28 bilhões) em 2011.

“O consumo faz parte da vida humana, e a nossa qualidade de vida melhorou muito nos últimos anos”, diz Marco Antônio, filósofo e professor universitário. No entanto, o professor também nos aponta um problema: “Apesar de as pessoas estarem vivendo mais, eu vejo que a qualidade da vida psicológica piorou. Nós temos mais e melhores condições, mas parece que somos menos felizes”.

À direita, o filósofo e professor Marco Antônio. À esquerda, o professor de publicidade Josué Brazil.

Jovens consumistas

Antigamente, o máximo que um jovem ganhava para o seu consumo era a mesada dos pais, que dava para comprar um tênis, um sapato ou um novo jogo de vídeo game. Mas os tempos mudaram. A geração de hoje invadiu o mercado de trabalho e passou a ganhar salários muito além de uma “mesada”. Com os novos serviços que facilitam a compra, somados às tão atraentes novas tecnologias e à publicidade das grandes marcas, essa galera passou a consumir como gente grande. Estima-se que as novas gerações Y e Z movimentem cerca de 2,5 bilhões de dólares por ano.

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“Há alguns anos, o jovem não tinha o poder de compra que ele tem hoje”, diz o professor de publicidade e marketing Josué Brasil. Para ele, essa juventude consumidora é o alvo da publicidade de grandes marcas, pois “o jovem, uma vez fidelizado, passa a ser um consumidor em potencial no futuro e, para as empresas, isso é muito interessante”, diz Josué.

Quando falamos em jovens consumistas, o Brasil aparece no topo da lista. Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) apontam que 37% dos jovens brasileiros gostam de comprar, um índice que coloca, no “chinelo”, jovens de países como França (32%), Japão (31%) e Estados Unidos (12%).

Será que sou viciado em compras?

Toda essa facilidade de consumo tem apresentado consequências desastrosas, pois cresce, de forma alarmante, o número de pessoas com transtornos compulsivos por compras, que se chama oneomania.

Aline: "Era um prazer muito grande chegar em casa com várias sacolas nas mãos."

“Eu comprava, toda semana, até 3 ou 4 pares de sapatos e, muitas vezes, repetidos”, conta Aline Machado, professora na cidade de Roseira (SP). “Era um prazer muito grande chegar em casa com aquele monte de sacolas, mas, logo depois, vinha um vazio e eu me sentia triste e infeliz, apesar de ter as melhores roupas”, testemunhou Aline.

Segundo Paulo Henrique, psicólogo e professor da Universidade de Taubaté (SP), a compra compulsiva é apenas o sintoma de alguma questão mais profunda. “Geralmente, essas pessoas apresentam um quadro de ansiedade muito grande, e a compra é a única forma de preencher o vazio que elas estão sentindo”, explica o especialista.

Pessoas que sofrem de oneomania, geralmente apresentam distúrbios de humor, ansiedade excessiva e depressão. Em casos crônicos, quando elas se encontram impossibilitadas de comprar, podem ter sintomas como irritação, taquicardia, tremor e sensação de desmaio iminente. Logo após adquirir o que desejavam, essas mesmas pessoas sentem remorso por não ter controlado a compulsão e são acometidas pela depressão.

Consequências espirituais do consumismo

Na Missa do Galo de 2011, o Papa Bento XVI disse que “o Natal tornou-se uma festa de negócios, cujo fulgor ofuscante esconde o mistério da humildade de Deus”.

“O Compêndio da Doutrina Social da Igreja critica essa perversão do momento sagrado – e também humano – em momentos de consumo”, alerta padre Joãozinho, scj.

Não é de agora que o consumismo tem tomado lugar nas grandes festas cristãs, transformando-as em datas de comércio. Papai Noel, ovos de Páscoa, coelhos, duendes e muitos outros personagens foram – de forma orquestrada – ocupando o lugar dos símbolos religiosos e adentrando no imaginário coletivo de nossas crianças.

A consequência é que, muitas pessoas, ditas cristãs, estão trocando Cristo pelo comércio. Para muitos, a Páscoa está longe de ser a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus; e o Natal está longe de ser o nascimento de Cristo.

“Não há problema em se ter um ovo de Páscoa em casa, mas ele deve reesignificar o sentido dessa festa como um símbolo da vida nova que Cristo veio nos trazer”, conclui o sacerdote.

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