Por Daniel Machado
Produtor do Destrave
O problema da dependência alcoólica é uma realidade no mundo e vem aumentando no Brasil. Segundo a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), 78% dos jovens brasileiros bebem regularmente e, deste número, 19% são considerados dependentes do álcool.
“Existe no nosso organismo uma região chamada “sistema de recompensa”, é uma região cerebral responsável pelas sensações prazerosas, ou seja, se uma ação me deu prazer, a tendência é que repitamos aquele ato. O neurotransmissor responsável por estas sensações de prazer é chamado de ‘dopamina’, e o álcool aumenta o estímulo deste neurotransmissor mais do que o natural”, explica o psiquiatra Nilton Lyrio.
Segundo Nilton, cada vez que o indivíduo bebe, a liberação da dopamina vai ficando mais intensa e o organismo tende a querer repetir, em doses maiores, as sensações prazerosas causadas pelo uso frequente do álcool. Daí surge a dependência química.
“Há indivíduos que dizem: ‘eu bebo só nos finais de semana, por isso nunca vou ser um dependente’. Mas a pergunta é: ‘você bebe nos finais de semana, mas o faz de forma intensa e compulsiva a ponto de perder a conta do que bebeu?’. Se a resposta for ‘sim’, então você pode ser considerado um dependente, porque não tem controle sobre a substância”, diz dr. Nilton.
No Brasil, cerca de 18 milhões de pessoas sofrem com a dependência do álcool e muitas são as razões que as levam a se tornarem dependentes. Segundo dr. Nilton, além da frequência no consumo existem pessoas que trazem uma predisposição genética que aumenta a probabilidade do vício. “Se alguém já tem na família um histórico de pessoas com o vício do álcool, ela deve ter um cuidado redobrado, porque pode trazer este gen do alcoolismo”, alerta o psiquiatra.
O tratamento
É preciso a clareza de que a dependência química é uma doença e, como tal, deve ter acompanhamento profissional. O dependente precisa entender que está doente e querer ajuda. No entanto, um fator importantíssimo na recuperação do indivíduo é o apoio familiar. “A família precisa ter paciência e ser presença na vida deste jovem para que ele entenda que a dependência do álcool é uma doença”, diz a psicóloga Elaine Ribeiro.
Veja a reação do álcool no seu organismo
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No Brasil, o auxílio às pessoas com dependência química é quase zero por parte do Governo. Na maioria das vezes, a internação e a recuperação dos adictos cabe às instituições não governamentais como Alcoólicos Anônimos (AA), Pastoral da Sobriedade e comunidades terapêuticas de cunho religioso. Um estudo realizado pela PubMed revela que pessoas que dão importância a algum tipo de culto ou espiritualidade são menos propensas à dependência química; além disso, o dependente que se recupera em comunidades de cunho religioso apresentam resultados mais satisfatórios do que aqueles tratados em clínicas médicas convencionais.
“A gente percebe a diferença em uma pessoa que dá importância à religião e à espiritualidade no tratamento. Às vezes, a gente pensa que aquela pessoa não tem recuperação, mas vem Deus e muda a história dela de forma maravilhosa e surpreendente”, conta-nos Márcia Hoenhe da Pastoral da Sobriedade da diocese de Lorena (SP).
Abaixo você pode assistir ao testemunho de dois jovens que lutam contra a dependência.
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Eu tô namorando um rapaz que enfrenta problemas com alcool e maconha, e eu sofro mt pelos precoceitos q ele enfrenta eu queria mt ajudar a ele mais ele sempre acha q consegue sozinho agora msm ele esta em abstinencia de alcool e carne, maconha ele fala q n usa direto. É uma situação mt dificil peço mt A DEUS por ele…
Se precisar de ajuda, consulte o site http://www.drogas-aconselhamento.com.br
Gostei do tema e resolvi compartilhar com meus seguidores e leitores:rnhttp://josenidelima.blogspot.com/2012/02/quando-o-vicio-bate-porta.html
Não fiquem somente na igreja. Procurem especialistas em combate ao uso de drogas.
Meu namorado é viciado na cerveja e diz “meu unico vicio é a cerveja” ele acha normal mas só eu sei o quanto é dificiul de lhe dar com ele. Pois quando ele bebe ele se acha o poderoso o valente nada o poder deter tipo “He-mem” isso doi e eu já não sei mas como lidar com essa situação, pois na familia dele todos bebem e quem não bebe é careta. Vamos na missa participamos do grupo de oração mas ele tem que crer eu rezo por ele todos os dias mas não esta facil.
Olá, meu caso é um pouco diferente. Meu esposo é dependente químico da cocaína e da nicotina e também bebia bebida alcóolica. Mas ele pediu ajuda e ficou internado numa comunidade terapeutica em Casimiro de Abreu, RJ. Na Comunidade Católica Despertai por 6 meses e 15 dias. Ele retornou cheio de gas, de força e de fé, mas 1 mês depois teve uma recaída e de lá pra cá tem tido recaídas frequentes. Participo da Pastoral da Sobriedade em minha cidade (Itaperuna, RJ), hoje sou agente da Pastoral aqui e foi através da Pastoral que ele pediu ajuda. Mas confesso que me sinto muito frágil para lidar com essa situação em minha casa, pois eu não quero passar por tudo que já passei um dia e não consigo aceitar as recaídas dele. Um forte abraço a todos e peço que me ajudem em oração. Meu nome é Carolina e o de meu esposo é Robson. Obrigada! A paz de Jesus e o Amor de Maria estejam com vocês!!!
Carolina e demais que escreveram aqui suas experiências ou que leem sobre o sofrimento de quem enfrenta e enfrentou dependências.rnSou um ex-usuário de cocaína, álcool e outras químicas desde os meus 14 anos de idade. Sou de uma família relativamente abastada, de pessoas intelectualizadas e cultas.rnSou um caso em milhares, pois consegui chegar a “cura” sozinho, sem ajuda profissional ou de familiares.rnAos 36 anos de idade, após ter perdido patrimônio, família, oportunidades, moral, saúde (desenvolvi fibrose hepática devido a Hepatite C, contraída através de “canudos” compartilhados para aspirar cocaína) e tudo mais que um adulto busca ter, e após várias tentativas frustradas de me manter sóbrio e distante daquilo que mais me prejudicava em todos os aspectos, literalmente cheguei ao fundo do poço e completamente sem saída, pois já havia morado na rua, cometido pequenos crimes e me tornado uma pessoa de caráter destorcido.rnEm um dado momento, quando tomei consciência da pessoa que havia me tornado e da gravidade dos atos que havia cometido durante tanto tempo, tive a coragem de “me despir e me olhar no espelho” a fim de apontar cada falha e defeito, por mais grave que fossem, de compreender como aquilo começou e o que eu havia perdido. Isso me levou a alguns “porques”, as supostas origens de meus traumas, das razões pelas quais eu fazia questão de me manter sob os efeitos entorpecentes das drogas e do álcool.rnA cura não deve ser buscada simplesmente fazendo com que um dependente pare de usar sua droga “favorita”, mas sim entendendo como e porque o habito começou, tratando traumas, frustrações, limitações mal compreendidas, etc. Do contrário, as recaídas são inevitáveis.rnEsse processo não dura 6 meses, mas 6 anos, quem sabe a vida inteira. Não há recuperados, há dependentes em tratamento que precisam aprender a se policiar, a se controlar diante do “gatilho” que desperta a vontade de usar. Auto-conhecimento e superação são as palavras chaves, no meu entendimento.
Complementando, obviamente que, dentre as reformas as quais devemos nos submeter, está a reforma espiritual, através da aproximação a Deus. Gosto de acreditar que sou um filho querido Dele, e que Nossa Senhora me foi a mãe que soube ter pulso, sem jamais abandonar-me. Sem isso, duvido que tivesse conseguido a clareza que tive quando de minha tomada de consciência, ao menos da maneira como aconteceu. Não sou praticante de nenhuma Religião, mas me considero um filho fiel a Deus,na prática da mais pura essência de seus principais preceitos – Amor, Fé, Justiça, Compaixão e Verdade.
Graças a DEUS, dentro da minha comunidade e da minha igreja, estou a quase 8 ( oito ) meses sem beber. Nao precisei de pedir ajuda a ninguém se não a de DEUS, não precisei de internamento e nem precisei mudar de religião para sair deste vício desgraçado que é o álcool. Digo que sai deste vício, porque graças a DEUS não sinto mais a minima vontade de voltar a beber! com muita fé em meu senhor JESUS CRISTO, pretendo caminhar na sua estrada. O sofrimento dele não foi em vão, hoje podemos nos achegar ao pai. Digo aqueles que bebem que acreditem em DEUS acima de tudo, e em vocês mesmos para sair dessa morte e voltar a vida. força a todos.
Deveriamos ter matérias como essa divulgadas com muito mais frequencia,mesmo assim é muito louvavel esse artigo.Para completar acho que apenas faltou acrescentar os grupos existentes que auxiliam muito os dependentes que querem a recuperação,no Brasil a irmandade de Alcoolicos Anônimos atua e ajuda a milhares de pessoas a mais de 60 anos,e não é a Unica existem outras entidades,porém falta divugações mais entusiasmadas.
Gostaria da valiosa participação de voces… “é tudo tão real, mas nada normal”…
MORO EM ITAPERUNA R.J.COMO EU FAÇO PARA TRABALHAR COMO VOLUNTÁRIA NUM GRUPO DE APOIO DE DEPENDENTES QUIMICOS EM MINHA CIDADE?
Eu tenho uma mãe que tem problemas com bebidas. Ontem mesmo ela inciou uma confusão que teve desdobramento negativos. Eu, que sou calmo, num surto, bati na mesa de mármore para acabar com a confusão, ela quebrou. Tenho 34 anos e a minha infância toda foi marcada por brigas da minha mãe depois de ingerir bebidas alcoólicas. Sendo em família, com seus namorados ou na rua. Eu sofro muito com isso. Perco noites. Ainda mais depois que perdi minha vó (sempre morei com ela). Minha mãe tem qualidades que há faz ser especial na minha vida , mais as atitudes dela me entristece muito. Ao ponto de querer mudar de casa, morar sozinho. Não consigo enxergar um querer melhorar da parte dela. Eu só suplico a Deus pela vida dela, pela conversão dela…rnrnMaria José Rodrigues da Costa, peço que orem por ela.