Por Daniel Machado
produtor do Destrave
Todos nós sabemos que a web 2.0 – como blogs e redes sociais – nos proporciona um mundo de possibilidades sem fronteiras. A todo momento, novas amizades são feitas, milhares de fotos e vídeos são compartilhados e, cada vez mais, as pessoas – conhecidas ou não – sabem dos nossos gostos, crenças, opiniões e até sobre nossa intimidade em apenas um clique. Mas o que acontece quando este comportamento extrapola os limites da privacidade? Será que não estamos abrindo as janelas do nosso sagrado para que o mundo tenha acesso?
Confira o especial sobre Cultura Digital
“Eu sempre digo que rede social é espaço público. O que você não faria e não falaria na rua, não faça e não fale nas redes sociais”, ressalta Martha Gabriel, especialista e palestrante internacional sobre Marketing Digital. Segundo a especialista, não faz sentido ficar postando, o tempo todo, o que estou fazendo, onde e por quê. “A gente tem de pensar muito no ‘por que’ está colocando aquela informação no ar, pois, às vezes, estamos nos expondo para correr riscos depois. E isso dá poder para as pessoas nos manipularem”, explica.
Confira abaixo a entrevista com Martha Gabriel sobre os perigos da superexposição
Sexting: falta de limites somado a tecnologia
A verdade é que, com as plataformas on-line de relacionamentos, o ser humano deu vazão ao seu desejo mais profundo: de se relacionar. No entanto, esse comportamento pode esconder problemas de cunho psicológico, como carência afetiva, desejo de status e de poder. É como se a pessoa pudesse medir o seu grau de importância e autoestima pelo número de seguidores e pelo feedback que seus “amigos” na rede lhe oferecem.
“Muito se fala no Brasil de inclusão digital, mas pouco se fala de educação digital”, ressalta Martha Gabriel
“Hoje, as novas tecnologias estão dando às pessoas um status que elas não tinham. Então, o fato de ter milhares de seguidores, de possuir a mais nova tecnologia, como celular, tablet, etc., está dando a elas a possibilidade do ‘ter’. Então, elas acabam se esquecendo de ‘ser’ neste mundo virtual”, explica Renata Maransaldi, que integra o projeto ANJOTI da Associação Viver Bem, a qual auxilia no tratamento de pessoas com transtornos do impulso, viciadas em jogos, compras e internet.
A superexposição no trabalho
A superexposição pode arrasar a vida profissional de uma pessoa. Em abril deste ano, uma enfermeira, de Olinda (PE), postou uma foto em seu Orkut, onde aparecia numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI), junto à sua equipe, num clima de alegria e confraternização. O problema é que o hospital não entendeu dessa forma e a funcionária foi demitida por justa causa, sob a alegação de que as fotos geraram comentários de mau gosto e exposição sem autorização de funcionários e pacientes. O Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região de Pernambuco concordou com os argumentos do hospital.
“Imagine se uma pessoa apresenta um atestado dizendo que não pode trabalhar, mas quando seu chefe vai checar o Facebook dela, na verdade, ela estava na praia ou fazendo algo que mostre que ela não estava doente. Isso já pode ser usado contra ela na justiça”, ensina Martha Gabriel.
Educação digital é a solução
A superexposição está aí e devemos, cada vez mais, conviver com este fenômeno, o qual é ao mesmo tempo virtual e humano. Mas o que fazer se já estamos mergulhados neste mar de possibilidades on-line?
“Muito se fala no Brasil de inclusão digital, mas pouco se fala de educação digital. Se nós incluirmos sem educar, vamos colocar uma arma nas mãos das pessoas contra elas mesmas”, conclui Martha Gabriel.
“Sagrado” é, etimologicamente, aquilo a que o mundo não tem acesso. Todo ser humano tem o seu espaço sagrado, reservado, intocável e inviolável, mas se não expandirmos este conceito para nossos perfis na rede, vamos sofrer um colapso de identidade, seja ela digital ou humana.
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Perfeito! Mt bom!!!
Concordo plenamente com a matéria, as pesoal estão se deixando levar por esse mundo virtual e estão expondo exageradamente sua vida pessoal,participo de redes sociais, entretanto uso como meio de evangelização,postando mensagens,evitando fotos, enfim,como diz a palavra “Tudo é permitido,mas nem tudo me convém”.
Valeu pela dica!
È muito importante saber o que se expoe e para que expoe, para depois não sermos como diz “Martha Gabriel”, manipulados pela nossa falta de atenção.
Eu ja tive orkut e face , cancelei e não sinto falta nenhuma. rn Acaba tomando muito do seu tempo ( sem vc querer , quando vê , o tempo passou, e vc devia ter feito algo ), diga que não é assim com você ? A gente pensa assim vou entrar , dar só uma olhadinha e sair, que nada, no mínimo voce acaba ficando 2,3 horas. Não acho verdadeiro essas redes, e vicia. Vocês ja pararam para refletir sobre isso ? Ler um livro ou ver um site é bem mais proveitoso. As pessoas estão precisando refletir sobre isso.
Denise, concordo plenamente com você…também ja tive Face e Orkut e também ja exclui os dois, e exatamente da forma que você descreveu nos toma um tempo danado e na maioria das vezes é inútil…sendo tento aproveitar o meu tempo que é pouco para coisas, mais proveitosas e frutíferas…Meu Deus como precisamos refletir e rever certos conceitos…boa reflexão a todos.DEUS ABENÇÕE!!!
Olá, parabéns pelo artigo! Por essas e outras que não possuo mais perfil no Facebook e meu Twitter é apenas para acompanhar notícias e sinto um alívio enorme por não sentir mais aquela pressão maluca de querer postar novidades sobre mim e checar as atualizações dos meus antigos contatos. A vida real é muito mais gratificante e o mundo das redes virtuais acabou por afastar as pessoas umas das outras por promover contatos frívolos e esporádicos, em que cada um quer aparentar ser mais feliz e realizado do que na verdade é.
Concordo com a sua opinião Marcos.
As pessoas demonstram uma necessidade sem limites de mostrar para os outros “o que tem”, “o que faz” “onde está”, é uma concorrência para se mostrar, sem saber a finalidade.
Que Deus nos ilumine a dar importância para aquilo que nos torna melhores.
Forte abraço
otimo! tema: Isto é fato, corriqueiramente; estamos postando coisas, que so diz a respeito, a nós mesmos. o que é sagrado, não pode ser violado.
a exposição demasiada na net
Concordo, e isso está atingindo cada vez mais os jovens!!!rnNão é porque todos tem facebook ou twitter, que tambem devemos ter. Ir na onda é muito facil, como diz padre Léo, mas para quem já tem, seja diferente nestas redes sociais
Muito interessante!!!
Achei esse artigo maravilhoso! Muita sabedoria…
Muito boa a reportagem!!
Ótima matéria! Assunto muito importante e atual.
Parabéns.
Confesso que sou viciada em internet, simplesmente pelo motivo: Odeio TV! Com exceção da TV Canção Nova, odeio televisão! Só tem programinha lixo, só porcaria na tv! Nada mais a acrescentar. Na internet gosto de ver cultura, entretenimento, notícias, vídeos, palestras, documentários, filmes, etc… Mas rede social, ficar o tempo todo interagindo e batendo papo aleatório todo santo dia, postando gifs engraçados, postando o que eu estou fazendo ou deixo de fazer.. isso não faço, e as raras vezes que fiz não me faz falta hoje.