Saiba identificar se você é uma pessoa consumista e quais os prejuízos que isso pode lhe causar.
Ao andar pela lojas do centro da cidade ou pelos corredores de shoppings, você já sentiu uma vontade de sair comprando tudo? Isso é normal. Mas se você sentiu essa vontade e, realmente, comprou tudo, alguma coisa está errada.
Acredite, você pode sofrer de uma doença denominada “oneomania”, ou seja, uma síndrome que desperta nos indivíduos uma vontade, sem controle, de comprar roupas, sapatos, bolsas, aparelhos tecnológicos e outros utensílios sem necessidade.
Confira a reportagem completa sobre CONSUMISMO
O comprador compulsivo, assim conhecido, sente vontade de comprar, despertando em si o prazer de adquirir qualquer tipo de produto para preencher um vazio interior. É um prazer irresistível na hora da compra seguido de depressão e remorso logo após a mesma.
Acompanhe a entrevista realizada pela repórter da TV Canção Nova Andreza Moraes com o psicólogo Paulo Henrique Sodré sobre o comportamento dos indivíduos que são considerados consumistas e precisam, muitas vezes, da ajuda de um profissional da saúde.
Andreza Moraes: Como podemos explicar o comportamento compulsivo por compras? O que está por trás dessa ação consumista?
Paulo Henrique: Por trás disso existem vários fatores, mas, geralmente, é porque a pessoa tem alguma desordem psicológica, algum problema que associa a compra à busca de algum prazer, ou seja, uma satisfação frente a algum trauma que ela tem. Então, ela compra para satisfazer a necessidade de vazio que está sentindo naquele momento específico. Geralmente, quando esse indivíduo está triste e ansioso, ele sai em busca de objetos que possam preenchem sua necessidade.
Andreza Moraes: Esse comportamento consumista pode atingir todas as classes sociais?
Paulo Henrique: Sim. Acredito que todos os indivíduos possam apresentar algumas dificuldades se focarem nessa questão e, assim, desenvolver um comportamento compulsivo de acordo com a sua realidade. Por exemplo, há pessoas que passam o dia em lojas de R$1,99 comprando milhares de utensílios que não vão usar; outras têm milhares de roupas de grifes e mais de 30 bolsas de uma determinada marca.
Andreza Moraes: A pessoa que está imersa nesse comportamento viciante tem consciência do problema?
Paulo Henrique: O “obsessivo compulsivo”, na realidade, pode até perceber, mas ele não lida com isso de uma maneira profunda, pois acha que sempre vai ter controle [do problema]. Essas pessoas têm um certa consciência, mas não conseguem lidar com isso de uma forma saudável.
“Há pessoas que passam o dia em lojas de R$1,99 comprando milhares de utensílios que não vão usar” Paulo Henrique
Andreza Moraes: O que caracteriza uma pessoa compulsiva? Como ela pode se questionar: ‘eu sou uma pessoa compulsiva ou não sou uma pessoa compulsiva’?
Paulo Henrique: Ela pode ficar atenta na hora de sair às compras e observar se é aquele tipo de pessoa que vai comprar o que é realmente necessário, ou se vai gastar com algo, porque, simplesmente, idealizou aquilo. No entanto, depois que compra, o objeto perde o significado para ela.
Há pessoas que compram compulsivamente na hora em que estão ansiosas, tristes ou com algum sentimento negativo. Nós devemos buscar uma clareza nisso, porque o obsessivo compulsivo é aquele que vai comprar, comprar e comprar os mais diversos objetos, mas nada vai lhe ser útil. Isso lhe acarreta um grande prejuízo financeiro, porque, em vez de trabalhar os traumas e os problemas que desencadeiam aquilo, ele acaba criando outros.
Andreza Moraes: Qual é o tratamento indicado para as pessoas que têm esse comportamento?
Paulo Henrique: Quando as pessoas percebem e buscam um tratamento, elas já chegaram ao fundo do poço, estão extremamente endividadas e passando por situações difíceis. Nesse momento, é interessante que elas busquem um médico ou um profissional da área da saúde para trabalhar a questão da ansiedade, da depressão e também a da parte fisiológica.
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