Casa que acolhe. Acolhe 1150 homens que se encontram em dificuldades, devido, na maioria das vezes, à falta de trabalho, casa, alimentação, saúde e família. Acolheu a Cruz peregrina da JMJ e o ícone de Nossa Senhora. Estamos falando do Arsenal da Esperança, foi lá que estivemos no dia de hoje.
Porém descobrimos hoje, que existe uma tradição de acolhida da Cruz, é preciso que ela passe primeiro pela paróquia da região por onde vai peregrinar. E assim aconteceu, a cruz foi até a Paróquia Nossa Senhora Aparecida dos ferroviários na Mooca.
Será que consigo ver a cruz? Perguntou uma menina de uns 8 anos de idade. “Consegue sim.” Respondeu a senhora que passava. “Mas, é que sou pequena.”
Todos querem ver e tocar na cruz é algo que vemos muito de perto, nossa cultura é calorosa e o toque para nós é muito importante, acolher a cruz de perto é desejo de todos que vão ao seu encontro, ou que são encontrados por ela.
Depois de ser acolhida na Paróquia, ela segue seu trajeto, Arsenal da Esperança, bandeiras escritas PACE, são acenadas ao seu redor, desejo comum ao coração de todos presentes aqui, já que aqueles que são auxiliados por esta fundação vivem realidades desconfortantes e que com certeza tiram a paz interior.
Antônio Xavier está no Arsenal há dois meses, pois não tinha nenhuma condição financeira de cuidar da sua saúde.
“Sigam a cruz peregrina” disse JPII
Francisco Alves, da Paraíba, está aqui também há dois meses, desempregado e sem casa, vê no Arsenal uma nova oportunidade de ser devolvida a sua dignidade. Já conseguiu trabalho há 20 dias e comemora, nos disse que faz a experiência da presença e do amor de Deus.
Logo na entrada quando chegamos nos deparamos com a inscrição: “A bondade desarma.”
E de fato, aqui a única arma que entra é o amor, aprendida no concreto com seus fundadores: O saudoso D. Luciano Mendes e D. Ernesto Oliveira, italiano que esteve presente na acolhida da Cruz.
“Aqui colocamos o homem em primeiro lugar. Esta casa era antes chamada casa de dor, agora ela se chama casa da esperança.” Conclui D. Ernesto
Tantas vidas já passaram por aqui, umas recuperadas e restituídas, outras não. A liberdade humana muitas vezes desrespeitada pelo homem é sempre respeitada por Deus.
Eles passaram toda a noite em Vigília. Aqui a cruz vence amando.
*O Arsenal da Esperança encontra-se num local repleto de construções históricas, onde funcionou a Hospedaria dos Imigrantes, um enorme conjunto de prédios destinado, desde 1886, a abrigar imigrantes recém–chegados a São Paulo.
Assista ao testemunho de Lucas Macedo de 29 anos, usuário de drogas que luta pela sua recuperação: