O amor é uma necessidade de todo ser humano. É ele quem mantém acesa a chama da esperança e nos faz acreditar na vida mesmo quando a dor chega. Sem ele não teríamos forças para viver, e sua falta faz com que nos sintamos incapazes de amar ou ser amado por alguém. Quem recebeu amor sabe amar; quem não foi amado tem medo até de falar sobre este sentimento.
Um dos grandes perigos, em se tratando de receber amor, é o mal que o excesso dele faz na nossa vida. Quem foi amado demais se tornou incapaz de se levantar depois da queda. Amor em excesso nos paralisa, faz-nos enxergar a vida com um olhar pequeno, no qual nossas vontades devem estar sempre em primeiro lugar. Amar em excesso é semelhante ao ato de aumentar a dose de um remédio para que o doente se cure mais rápido. Muitas vezes, o resultado é desastroso.
Filhos que foram amados demais se tornaram adultos carentes. Cresceram “embaixo das asas” de seus pais e, hoje, não sabem administrar a própria vida. Vivem esperando a aprovação dos outros e se decepcionam quando as coisas não giram ao seu redor. São eternos insatisfeitos, pois aprenderam, em casa, que o mundo existe para lhes servir. A carência que o excesso de amor traz torna o homem pequeno e incapaz de ser quem ele é.
A melhor medida de amor a ser aplicada é aquela que permite que o outro seja ele mesmo
Os filhos são um presente para os pais, mas todo presente pode se quebrar se não for bem manuseado. Filhos criados com excesso de mimos tornam-se filhos que mais parecem pais dos próprios pais. A disciplina é essencial para a formação do caráter do individuo. Quando o filho tem espaço para fazer em casa o que bem quer e pode, sairá dela sem o mínimo de direção para a própria vida. Disciplina é saber dizer ‘não’ na hora certa. Negar-se a concordar com tudo o que o filho faz é ensiná-lo que, neste mundo, dependemos uns dos outros.
A melhor medida de amor a ser aplicada é aquela que permite que o outro seja ele mesmo. Pais devem permitir que os filhos aprendam errando e errem para aprender. Só faz bem feito quem aprendeu a fazer por si só. Conheço um adulto incapaz de ficar no escuro, porque, enquanto criança, seus pais eram coniventes com seu medo da escuridão. Passaram para o filho um sentimento de inferioridade quando poderiam fazê-lo criticar seu medo bobo e tornar-se um adulto sem tal fobia.
Recado importante para os pais: seus filhos precisam de amor, mas cuidado para não amá-los em excesso. O resultado de tal atitude é desastroso, pois gera adultos paralisados, engessados em seus próprios medos. O verdadeiro amor é aquele que nos prepara para a batalha. Ninguém nunca nos disse que viver é fácil e quem foi amado demais talvez pense que o é. Viver é enfrentar desafios. Tenho a impressão que só quem foi amado na medida certa tem força suficiente para compreender esta verdade e seguir andando com as próprias pernas.
Veja mais:
Espetacular esta forma de ver o amor. Um texto elaborado de maneira simples e de facil compreenssão.Parabens!!!
Penso que esse “amor em excesso” pode ser resumido como “superproteção”. Muitos pais superprotegem os filhos, enfraquecendo-os, mesmo que a intenção seja vê-los bem. É preciso cuidado para não sufocar os filhos, amigos etc. rnÓtima matéria!
Excelente conteúdo e esclarecedor de um processo de bases fundadas nas corretas expressões da vida… Tenho por certo o valor deste teor e o concluo de verdadeira expressão para o ser vivente!