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Em 2013 a Igreja do Brasil estará vivendo o ano da juventude. A Campanha da Fraternidade cujo tema é: Fraternidade e Juventude, e lema: Eis-me aqui, envia-me! (Is 6,8) e a Jornada Mundial da Juventude  com o tema “Ide e fazei discípulo todos os povos”, são o ponto mais alto deste ano. O Destrave, juntamente com todo o Sistema Canção Nova de Comunicação, estará focado em reportagens, artigos e coberturas destes eventos.

Inicia-se, então, aqui no site do Destrave uma série de vídeos que funcionam como uma espécie de guia sobre a JMJ Rio 2013 com entrevistas dos organizadores do evento, testemunhos dos voluntários, locais de encontro do Papa com os jovens e a infraestrutura do evento.

A primeira série de vídeos sobre a Jornada vai abordar como será o transporte publico no Rio de Janeiro durante a JMJ, assim como a hospedagem, agenda cultural (Festival da Juventude) e os atos centrais com o Papa Bento XVI. A segunda série de vídeos vai falar sobre a semana missionária, voluntariado, alimentação, catequeses e espiritualidade da JMJ.

A equipe do Destrave estará também na cobertura da Jornada. Em Agosto um especial sobre como foi a jornada no Brasil, com testemunhos, as palavras do Papa aos jovens e o que fica como missão para a Igreja do Brasil e do mundo.

Continuamos então nossas reportagens especiais durante todo o ano com temas de interesse da juventude como vocação, fé e razão, entre outros.

Fique ligado aqui no Destrave porque este ano é seu jovem!

Saiba mais sobre a JMJ

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O vencedor do Concurso que definiria a identidade visual da JMJ no Rio foi o webdesigner Gustavo Huguenin, de 25 anos.

Gustavo explica que, na logomarca, o conceito da imagem tem base no trecho da Palavra do Evangelho de São Mateus, expressando uma referência direta à imagem de Jesus e ao sentido do discípulo.

Os elementos do símbolo, que formam a imagem central de um coração, representam a fé dos povos. O coração assumiu papel central, assim como o Brasil será o centro da juventude na Jornada Mundial. Também designa o homem interno por inteiro, se tornando nesta composição a referência aos discípulos que possuem Jesus em seus corações.

Os braços do Cristo Redentor ultrapassam a figura do coração, como o abraço acolhedor de Deus aos povos e jovens que estarão no Brasil. Representa nossa acolhida, como povo de coração generoso e hospitaleiro.
A parte superior (em verde) foi inspirada nos traços do Pão de Açúcar, símbolo universal da cidade do Rio de Janeiro, e a cruz contida nela reforça o sentido do território brasileiro conhecido por Terra de Santa Cruz. As formas que finalizam a imagem do coração possuem a cor azul, representando o litoral, somada ao verde e amarelo que transmitem a brasilidade das cores da bandeira nacional.

O jovem relata que tinha a esperança de que seu trabalho ficasse entre os finalistas, mas não esperava que fosse ser o vencedor.

“Quase não consegui participar. Enviei meu trabalho no último dia, mas pra mim havia sido tão forte aquela criação que fiz de tudo, parei, corri o que foi possível para não perder essa oportunidade e acabei surpreendido com a notícia de que havia vencido. Fui escolhido com a graça de Deus”, afirmou Gustavo.

O autor da imagem é natural de Cantagalo (RJ) e pertencente à Diocese de Nova Friburgo. Formado em design gráfico, Gustavo é formado pelo Instituto Federal Fluminense (IFF). “Para mim é alegria imensa saber que o meu trabalho vai ser usado no maior evento católico do mundo, ainda mais com Santo Padre, e que essa imagem estará associada ao encontro pessoal que os jovens do mundo inteiro terão com Jesus Cristo na JMJ Rio2013″, destacou o designer.

O evento aconteceu, às 20h, no auditório do Edifício João Paulo II, no bairro da Glória, no Rio de Janeiro (RJ), onde está localizada o sede do Comitê. No local, mais de 100 bispos de todo o Brasil estavam presentes; além de autoridades e representantes da sociedade.

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São João Del Rei em festa

O dia da visita da cruz e do ícone de Nossa Senhora começou cedo em São João Del Rei (MG).

Uma Via-Sacra de aproximadamente cinco horas e meia percorreu as ruas da bela cidade histórica, que teve os primeiros sinais de ocupação no ano de 1704.

Os diversos grupos e movimentos que compõem a diocese foram se alternando para carregar a cruz de 3,80 metros de altura.

As vielas estreitas e íngremes nos recordavam o caminho do Calvário. Por meio de uma representação teatral, na décima estação, foi refletida a vida de tantos jovens, ceifada precocemente pelo álcool, pelas drogas, pela prostituição. Momento de forte comoção dos presentes tendo em vista que uma das regiões por onde a Via-Sacra passou tem um alto índice de comércio de drogas e violência.

O Brasil está na sexta posição no ranking mundial de jovens assassinados. Os homicídios são responsáveis por 39,7% das mortes do público juvenil no país.

Eis que a cruz se une ao sofrimento humano e nos alerta sobre os perigos que rondam nossa juventude.

A Igreja conhece o drama dos nossos jovens e das suas famílias e tenta ajudá-los por meio das pastorais e grupos, no entanto, também é preciso que a sociedade e autoridades ligadas à política assumam, com afinco e responsabilidade, a sua tarefa diante desses desafios. A cruz da JMJ, ao passar nas dioceses e atrair milhares de fiéis, aponta para uma nova direção. Não deixemos essa mensagem de VIDA passar despercebida.

Os vários momentos dos símbolos da JMJ na diocese

Voltando a São João Del Rei, ainda durante a Via-Sacra, observamos vasos de flores e imagens de santos nas janelas das casas. Perguntamos a um morador local que significado esse gesto trazia e ele nos disse que era uma tradição das famílias de exibir esses presentes como forma de aprovar a fé manifestada. São João Del Rei é uma cidade, na sua grande maioria, católica; e pela multidão que vimos presente nas celebrações destes dias, não nos restou dúvida disso.

A Via-Dolorosa teve seu cume no alto do Senhor do Monte, de onde é possível avistar a beleza da cidade.

A partir das 13h, foi decretado feriado já que tão nobre visita estava na cidade. Todas as portas do comércio estavam fechadas e a população se dirigiu para o Santuário do Senhor Bom Jesus, que comportou mais de quatro mil pessoas, num clima de fé e de muita alegria.

“A salvação nos foi adquirida pela cruz.”

Dom Célio de Oliveira Gourlart

O Bispo da Diocese, Dom Célio de Oliveira Goulart, além de muito acolhedor, é um pastor próximo de seu rebanho e de uma simpatia singular. Em sua homilia frisou a importância da cruz na vida dos cristãos: “É pela cruz que tomamos conhecimento do processo de redenção do homem. O Filho de Deus fez a opção de tornar-se pequeno por amor”.

Dessa forma, o “Destrave” encerra mais uma peregrinação , mas ainda há muito o que viajar por este nosso querido país mostrando as diversas realidades que acolhem os símbolos da JMJ. Afinal, a cruz peregrina, acompanhada da presença da Virgem Maria, rompe barreiras e diminui distâncias.

Por Cris Henrique – Produção Destrave

Maria Andréa – Fotos

Confira ainda:

O Cristo presente na Cruz

A Cruz herança para as gerações futuras

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Suely Façanha presente no Halelluya Rio

O Halelluya foi um dos eventos de preparação para a JMJ 2013 na cidade Maravilhosa, aconteceu na Quinta da Boa Vista neste final de semana, dias 26 e 27 de Novembro, lugar privilegiado com sua paisagem arborizada e espaçosa.

Na homilia D. Orani João Tempesta, Arcebispo Metropolitano da Cidade do Rio de Janeiro em sua homilia na Missa de Sábado alertou os jovens para o Secularismo: “A Palavra de Deus que encerra o Ano Litúrgico nos prepara para o novo e pede-nos uma postura nova e dinâmica. Geralmente os jovens são dinâmicos mais o passar dos anos e os apelos desse mundo sufocam esse entusiasmo natural dos jovens.”

Falou ainda do papel do jovem cristão na sociedade: “A primeira leitura lembra-nos que não é fácil viver a nossa fé e toda investida do sistema que com tantas legislações tentam abafar os planos divinos. Cabe a nós cristãos termos uma consciência renovada e ao mesmo tempo a nós que vivemos no meio do povo possa levar essa novidade. Testemunhar ao mundo a maravilha dessa luz que provém do coração de Jesus.”

D. Orani Tempesta presidiu a Santa Missa deste domingo

Muitos foram os músicos católicos que passaram por aqui nestes dias. E os jovens presentes deixaram a sua imprensão quanto ao evento que marca este tempo forte que a Igreja Brasileira vive rumo ao encontro dos jovens com o Papa Bento XVI no Rio de Janeiro.

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Jovens de Juiz de Fora testemunham sua fé

A foto ao lado expressa bem o título dado a esta matéria, pois ver uma concentração tão grande de jovens se deslocando de suas casas e de seus comodismos, enfrentando longas viagens desconfortantes só pode ter um motivo, e o motivo deste dia por aqui foi sem dúvida a Cruz Peregrina da JMJ e o Ícone de Nossa Senhora.

Começamos com um longo trajeto do Centro da Cidade de Juiz de Fora- MG, até a cidade de Leopoldina.

O que vi ao chegar naquele ginásio repleto de jovens (passaram por lá no dia de hoje aproximadamente 7000 jovens) foi inexplicável, o entusiasmo e a expressão de fé foram de fato impactantes, e o colorido dava o sinal externo de que ali havia vida.

A emoção tomou conta quando um grupo de 200 jovens da Arquidiocese de Juiz de Fora levantaram a Cruz, e expressaram em aplausos a alegria de ter recebido em mãos o que ali foram buscar.

Começamos a partir dali a nossa peregrinação, na estrada escura com uma chuva incessante que nos assustava. A cada curva competíamos com grandes caminhões, acreditando mais no instinto do que na visibilidade.

No trajeto que fazíamos de carro, *Pe. Zucka assim chamado carinhosamente pelos jovens, com toda sua simpatia interrompeu o silêncio que expressava nossa tensão naquela estrada: “Ela emociona, eu não sei explicar, quando tocamos na cruz algo forte acontece.”

Enfim chegamos na primeira parada, nada menos que a Fazenda Esperança, que se tornou conhecida a nível nacional, e porque não dizer, conhecida também internacionalmente, após a visita do Santo Padre Papa Bento XVI, que com muita liberdade foi até esses jovens os acolhendo com um sorriso largo e mostrando sua unidade de pastor e pai para com eles quando tirou o boné de um dos jovens e colocou nele mesmo.

Apesar da forte chuva, a luz daquela fraternidade não se apagou, haviam tochas espalhadas por todo o terreno. D. Gil Antônio Moreira, Arcebispo de Juiz de Fora acolheu com muita vivacidade os símbolos da JMJ: “A fazenda da Esperança foi a porta pela qual entrou a Cruz e o ícone de Nossa Senhora em nossa diocese. O caminho que estes jovens que aqui estão percorrem, é um caminho de cruz”.

Foi lindo ver aqueles homens que um dia usaram da força para prejudicar a própria vida com o uso das drogas e do álcool, utilizando seus músculos para carregarem a pesada cruz que mede 3,80m de altura e o ícone de Nossa Senhora que vem acompanhada com um suporte de ferro, que se vê no rosto de quem carrega que de leve não tem nada.

A cada trajeto que cobrimos da Cruz testemunhamos essa “Santa Inspiração”, se posso assim definir, que toca de forma esplêndida por onde passa até os mais curiosos.

A chegada da cruz mobiliza os jovens

Digo os mais curiosos, porque Juiz de Fora se tornou uma cidade universitária. Por onde passamos vemos jovens caminhando pelas vielas da cidade, indo para todo lado.

São estes jovens em busca de formação superior que compõem o nosso cenário nesta peregrinação que estamos tendo a oportunidade de acompanhar. Esses jovens não buscam somente respostas matemáticas, sabem caminhar na fé, no inexplicável como disse Padre Zucka.

Estamos agora numa ante sala da Paróquia São José na cidade de Bicas, interior de MG, onde a Cruz está sendo venerada neste momento num clima de alegria que tem permeado toda essa noite, e assim continua a nossa peregrinação. Com certeza ainda teremos muito a partilhar, pois a espiritualidade que essa cruz comporta não se esgota, por isso continuamos em busca da Cruz até 2013.

*Padre Zucka na verdade se chama Padre Luíz Roberto, coordenador do Setor Juventude, porém o título não importa, o importante mesmo foi ver o amor com que este sacerdote conduziu toda esta visita.

por: Cris Henrique

Fotos: Maria Andréa

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Afinal quem foi que morreu na cruz por nós e por que morreu? As respostas para essas perguntas já falam tudo. Eu estou maravilhada com essa procissão que tem levado tantos jovens a reavivarem a fé e se emprenharem a manter essa obra em pleno andamento.

A Cruz JMJ quando foi entregue pelo Papa João Paulo II, teve a sua recomendação tão solidaria de que devia ser uma cruz peregrina para anunciar a todos que só através da morte e da ressurreição de Cristo podemos encontrar a salvação e a redenção. É essa fé que fez tantos jovens obedecerem a esse pedido tão providencial e arrastar tantos corações para essa grande verdade.

 “Alicerçados na cruz de Cristo venceremos o mundo” (Jo 16: 33)

A cruz da esperança não vem aquecer sozinha o nosso coração, mas está acompanhada do ícone de Nossa Senhora que foi encontrado na primeira basílica para Maria Santíssima no Ocidente. Esse ícone antigo e sagrado também foi entregue por João Paulo II para nos recordar que Maria esteve com os apóstolos a espera do pentecostes e que ela continua hoje conosco a espera do grande e definitivo triunfo de Jesus. É o símbolo da mãe que acolhe o filho e nos ensina a viver essa espera tão difícil sem perder o ânimo, sem vacilarmos no combate, mantendo a nossa fé.

Fiquei fascinada pelo depoimento de Cristiane Henrique da Produção Destrave sobre a peregrinação realizada em São Paulo alcançando sem distinção, todas as pessoas.

É emocionante imaginar essa ousadia rompedora de barreiras que a luz é capaz de fazer, invadindo qualquer escuridão, afastando qualquer desesperança. Os mendigos, os viciados, os prostituídos estiveram ali, ergueram suas mãos, posso vê-los chorando, de olhos fechados, apertando a mão sobre o peito como se quisessem segurar o coração que teimava em sair e acolher a presença de um Deus que vive no meio de nós.

Podemos até não entender como não entendia a pessoa que  me abordou com essas duas perguntas, mas deixar o nosso coração compreender; isso é amor. Jesus só nos ama como ama, por que compreende  que ainda muitas vezes não somos capazes de entendê-Lo. Que a cruz não represente apenas a dor, mas que seja contemplada e acolhida com o seu verdadeiro significado; esperança e certeza de vitória.

Andréa Farias

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Estivemos todos os dias olhando para a cruz peregrina e para o ícone de Nossa Senhora, símbolos da Jornada Mundial da Juventude, mas é preciso olhar para o que está por trás desse sinal: o amor de Cristo pelo homem.

Hoje fomos à Paróquia de Santana, na Zona Norte de São Paulo, quando chegamos ao local vimos um grupo de alunos fazendo a meditação da Via-Sacra. Rezavam pelas intenções dos jovens excluídos e marginalizados. Lembraram de massacres nos quais vítimas muito jovens e cheias de sonhos a ser realizados foram ceifadas do meio de nós.

Lembramo-nos também que naquela região ficava situado o antigo presídio Carandiru, ou o que restou dele, palco de uma das maiores tragédias de extermínio humano do país, onde cento e onze detentos foram assassinados.

Olhando para tantas realidades difíceis podemos nos questionar: “Onde estava Deus em tudo isso?” Mas, também poderíamos nos questionar um pouco mais: “Será que não são as coisas que estão erradas? Será que as escolhas feitas pelo homem não o estão fazendo caminhar para um grande buraco negro?”

Não sei se temos respostas neste momento, o que vi foi que a cruz peregrina, durante estes dias na capital da cidade de São Paulo, denunciou, nos questionou e amou aqueles que talvez nós não escolhêssemos para amar.

Padre João Luíz Miqueletti, pároco da Igreja de Santana, fez uma bela homilia, levando todos os presentes à reflexão na Celebração Eucarística de hoje: “Não nos conformemos com o que vemos de errado! O Cristianismo é profético e sua vivência denuncia o mal. Não se conformem com este mundo!”

É essa a mensagem que a cruz dos jovens e o ícone da Virgem Maria nos deixam. Sejamos este sinal profético sem medo de expressar nossa fé.

“Olhando para a cruz vejo o quanto custei caro. Olhando para o espelho vejo o quanto eu me vendo barato para o pecado” (Trecho de um dos Sermões do Padre Vieira, grande pregador no período do Brasil Colônia).

Olhemos para este sinal de amor que veio se encontrar conosco. Temos muito trabalho a fazer nestes dois anos de preparação para a JMJ até 2013, são muitos os jovens abandonados na nossa sociedade, que não têm direito à boa educação, que não são preparados para o mercado de trabalho, que usam a violência como resposta a seus direitos violados.

Sejamos anunciadores de Cristo! Sejamos anunciadores do amor!

Ah! Hoje quando já estávamos voltando para casa para fazer esta matéria de encerramento da nossa cobertura, minha companheira de missão, Clarissa Oliveira, quase foi assaltada por uma menina de uns 6 anos de idade, que tentou tomar seu celular das mãos. Eu vi quando ela se aproximava, seu olhar se fixou no objeto desejado e sua testa franzia, era uma linda menina morena, de pés descalços, seu rosto foi se desfigurando quando assumiu a face de ‘má’. Mas era só uma criança, não tinha forças para tirar o celular das mãos da Clarissa, ela foi embora sem o objeto de seu desejo ou de sua necessidade.

São situações que nos fazem refletir. Reflita você também.

Uma santa Jornada Mundial da Juventude para todos nós!

Por Cris Henrique e Clarissa Oliveira – Produção Destrave

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Cardeal Dom Odilo Scherer

“Uma em cada cinco crianças batizadas no ano de 1997 e, que hoje são adolescentes, foi crismada em 2010”. Essas são as palavras do Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer numa mesa-redonda que aconteceu nesta quarta, 21, na Paróquia da Imaculada Conceição no bairro do Ipiranga (SP), durante a visita da cruz peregrina e do ícone de Nossa Senhora, símbolos da Jornada Mundial da Juventude.

A peregrinação pela cidade de São Paulo continua e nos leva a questionamentos a respeito do perfil dos jovens brasileiros que receberão o Papa Bento XVI, em 2013, na cidade do Rio de Janeiro.

O cardeal da maior arquidiocese brasileira chegou à seguinte conclusão: “Olhando para estes números só posso pensar que as pessoas hoje não se casam na Igreja, não batizam seus filhos e não os iniciam na catequese. Será que teremos uma geração de ateus?”

Um questionamento que nos chama à responsabilidade de uma missão evangelizadora começando pelos que estão mais próximos.

É preciso refletir: Quais são as causas disso? Será que já não acreditamos mais?

Dom Odilo mostra, com vivacidade, a realidade atual sem medo de enfrentar os desafios. Ele continua: “Façamos uma reflexão, tudo o que falei parece assustador, mas preciso ser realista e apresentar as consequências do quadro que nos é apresentado hoje.”

O prelado fala das dificuldades vividas pela Igreja nos tempos atuais, as quais, levadas a público pelas mídias, trouxe insegurança e dúvida dos fiéis com relação à instituição criada por Cristo: “A santidade acompanha a fragilidade da Igreja. Mas paremos de olhar para os pecados, a Igreja tem muita beleza a nos oferecer. Recordo-me da chegada da cruz no ‘Bote Fé’, no último domingo, daqueles jovens que tocavam nela e a aplaudiam. Vi bispos se emocionarem, vi jovens com lágrimas nos olhos”. Neste momento, emocionado, afirmou que “o século XX foi o século que mais mártires deu para a Igreja. Não permitamos que o século XXI seja ateu!”

O Cardeal de São Paulo também falou da responsabilidade das famílias em conduzirem um lar cristão mesmo diante dos desafios que são apresentados: “Estamos numa cultura que não favorece a família. Vamos parar nisso? Não, de forma alguma. Continuemos acreditando na família, lutemos pelas nossas casas!”

E nos alerta sobre realidades ainda muito vivas em nossa memória e que foram palco da visita da cruz peregrina: “Quem é cobrado quando um filho é usuário de drogas? De quem é exigido quando uma filha se prostitui? Eu lhes digo: a família é responsável. É nossa parte!”

Veja as + comentadas sobre a Cruz da JMJ

Cruz da JMJ vai à Cracolândia

‘Aqui é lugar de prostituição. Não rezem!’

O Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer encerra este momento com uma palavra de ordem: “Vamos incentivar e encorajar a família a fazer sua parte!”

Sendo aplaudido de pé, Dom Odilo deixa a igreja, mas suas palavras ficam gravadas em nossos corações e nos conduzem a uma decisão firme diante dos desafios que nos são apresentados.

Temos, todos, como Igreja, a missão de preparar os jovens do Brasil para a JMJ 2013. Não podemos esmorecer! É preciso que cada um faça a sua parte. Você vai assumir esta missão?

Após a mesa-redonda, houve a celebração da Santa Missa, presidida por Dom Júlio Akamine, Bispo auxiliar na Região Lapa, logo após, a cruz e o ícone foram enviados ao Arsenal da Esperança, que faz um belo trabalho com a acolhida de 1.150 homens que se encontram em dificuldades, devido, na maioria das vezes, à falta de trabalho, casa, alimentação, saúde e família. Você quer saber como foi a passagem dos símbolos da JMJ por lá? Dê uma olhada na próxima matéria.

Cruz da JMJ chega ao Arsenal da Esperança

É a equipe do Destrave na cobertura da visita da cruz peregrina e do ícone de Nossa Senhora na Arquidiocese de São Paulo.

O Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer celebrou mais um ano de vida. Parabéns!

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Porém descobrimos hoje, que existe uma tradição de acolhida da Cruz, é preciso que ela passe primeiro pela paróquia da região por onde vai peregrinar. E assim aconteceu, a cruz foi até a Paróquia Nossa Senhora Aparecida dos ferroviários na Mooca.

Será que consigo ver a cruz? Perguntou uma menina de uns 8 anos de idade. “Consegue sim.” Respondeu a senhora que passava. “Mas, é que sou pequena.”

Todos querem ver e tocar na cruz é algo que vemos muito de perto, nossa cultura é calorosa e o toque para nós é muito importante, acolher a cruz de perto é desejo de todos que vão ao seu encontro, ou que são encontrados por ela.

Depois de ser acolhida na Paróquia, ela segue seu trajeto, Arsenal da Esperança, bandeiras escritas PACE, são acenadas ao seu redor, desejo comum ao coração de todos presentes aqui, já que aqueles que são auxiliados por esta fundação vivem realidades desconfortantes e que com certeza tiram a paz interior.

Antônio Xavier está no Arsenal há dois meses, pois não tinha nenhuma condição financeira de cuidar da sua saúde.

Especial sobre a Cruz JMJ

“Sigam a cruz peregrina” disse JPII

Francisco Alves, da Paraíba, está aqui também há dois meses, desempregado e sem casa, vê no Arsenal uma nova oportunidade de ser devolvida a sua dignidade. Já conseguiu trabalho há 20 dias e comemora, nos disse que faz a experiência da presença e do amor de Deus.

Logo na entrada quando chegamos nos deparamos com a inscrição: “A bondade desarma.”
E de fato, aqui a única arma que entra é o amor, aprendida no concreto com seus fundadores: O saudoso D. Luciano Mendes e D. Ernesto Oliveira, italiano que esteve presente na acolhida da Cruz.

“Aqui colocamos o homem em primeiro lugar. Esta casa era antes chamada casa de dor, agora ela se chama casa da esperança.” Conclui D. Ernesto

Tantas vidas já passaram por aqui, umas recuperadas e restituídas, outras não. A liberdade humana muitas vezes desrespeitada pelo homem é sempre respeitada por Deus.

Eles passaram toda a noite em Vigília. Aqui a cruz vence amando.

*O Arsenal da Esperança encontra-se num local repleto de construções históricas, onde funcionou a Hospedaria dos Imigrantes, um enorme conjunto de prédios destinado, desde 1886, a abrigar imigrantes recém–chegados a São Paulo.

Arsenal da Esperança

Assista ao testemunho de Lucas Macedo de 29 anos, usuário de drogas que luta pela sua recuperação:

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Local de Prostituição nas ruas de SP - Deserta

Uma avenida, uma noite, muitas vidas e uma Cruz que nos leva a peregrinar  em busca daqueles que não tiveram a oportunidade de conhecer o verdadeiro amor.

Madrugada de terça-feira, 20, no Santuário São Judas Tadeu  em São Paulo, se encontram a Cruz peregrina da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), o Ícone da Virgem Maria e Jesus Sacramentado sendo adorado numa vigília. E do lado de fora, alguns jovens foram ao encontro das prostitutas para levarem o amor de Deus.

“Posso te dar um presente?”, indagou Maristela Ciarrochi – quem nos conduziu até o Planalto Paulista, lugar onde a prostituição é visível aos olhos de quem passa- “Sim”, responde a moça com olhar desconfiado sem saber o que lhe esperava. De repente uma flor e uma medalha de Nossa Senhora das Graças (Aquela que lhe concede o que pedes, mas também o que não pedes). Eis que a madrugada deixa de ser tão pesada e com tanto desamor.

“… aqui é lugar de prostituição, não rezem”

Aquela mulher tem um nome, Rose, vem do Nordeste do país: “Meu sonho é sair da rua, ter uma casa própria e alguém que me respeite.”

Não somos alguém que surge do nada para desmoralizar aquela mulher, mas queremos apenas ouvi-la, dar atenção sem pedir nada em troca. O acolhimento foi imediato, impactante para alguém que esteve ali pela primeira vez como foi o caso de alguns de nós.

“Podemos rezar por você?”, novamente a moça sorridente. “Olha, prefiro que não. Não desta forma, com estes trajes, aqui é lugar de prostituição, não rezem”, responde a garota de programa sentindo-se indigna.

A conversa continua. Novamente, em pouco tempo, se extrai quais as intenções de oração da moça. “Minha família, saúde, uma vida melhor”.

Garota de Programa no Planalto Paulista

Continuamos o trajeto em silêncio, perturbadas pelo diálogo anterior, mas sem tempo de nos recompor encontramos duas outras moças na esquina seguinte, elas aceitaram rezar uma Ave-Maria conosco, depois as abraçamos e continuamos o nosso percurso.

Mais a frente encontramos Luciana, mãe de três filhos, não olhava-nos no rosto, sempre de cabeça baixa, porém não se esquivava daquela visita, nos acolheu dando um pouco de si, de sua vida e falava de suas dificuldades e intenções para a oração.

Entre os intervalos de uma esquina e outra, rezávamos uma Ave-Maria por aquelas que já havíamos encontrado e pelas que ainda íamos encontrar, e assim foi seguindo nossa missão Madalena.

Na volta, pelo caminho, íamos nos questionando: “O que poderia ser feito por esses? O que o Cristo faria se estivesse ali?”. Boas perguntas que nos levam a uma grande resposta: “Faça, mesmo que seja pouco, mas todos tem o direito de receber nem que seja uma gota do amor de Cristo”.

O percurso segue com “um nó na garganta”. Lágrimas contidas e o silêncio que fala por si. Difícil entender tudo que remexe no interior,  é mística da Cruz. Em cada encontro o próprio Deus gritava aos nossos corações diante de tamanha sede de amor.

A unção daquela mesma cruz (peregrina da JMJ), acolhida por tantos onde passa, é a que ultrapassou as paredes daquela Igreja nesta noite e nos fez abraçar aquelas mulheres e amá-las como fez Jesus a Maria Madalena.

Ouça um trecho de nosso momento de partilha com uma garota de programa:

Não é ficção, é vida real. Na próxima esquina tem alguém necessitado de amor e um simples gesto traz novamente a esperança de que vale a pena ser diferente como Cristo foi.

Retornando ao Santuário São Judas Tadeu, meia noite, Jesus continuava ali exposto e algumas pessoas em adoração, tendo a presença daqueles que foram o motivo da nossa permanência na capital paulista, a Cruz peregrina e o ícone de Nossa Senhora da Visitação. Pedimos a Cristo e a Maria nossa Mãe dias melhores para todos aqueles que por alguma ‘razão’ precisam vender seus corpos a desconhecidos, e que merecem de nós cristãos autênticos a presença Daquele em quem nós acreditamos.

Ps: Desculpem as fotos, não podíamos usar a nossa câmera de alta resolução, mas não quisemos deixar de registrar este momento.

Por Clarissa Oliveira e Cris Henrique – Destrave

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