paternidade – Destrave https://destrave.cancaonova.com O ‘Destrave’ é um projeto da Canção Nova com produção de reportagens especiais sobre temas voltados para a juventude, lançado em maio de 2011 Tue, 05 Sep 2017 12:05:09 +0000 pt-BR hourly 1 Seja pai quando o filho estiver bem resolvido dentro de você https://destrave.cancaonova.com/seja-pai-quando-o-filho-estiver-bem-resolvido-dentro-de-voce/ https://destrave.cancaonova.com/seja-pai-quando-o-filho-estiver-bem-resolvido-dentro-de-voce/#respond Thu, 09 Oct 2014 14:01:43 +0000 http://destrave.cancaonova.com/?p=10276 “Seja pai apenas quando o ‘filho’ estiver bem resolvido dentro de você” Na série de artigos e entrevistas sobre a crise da masculinidade, o doutor em psicologia Alberto Pereira Lima Filho dá um recado para os homens que querem ser pai e para os que já o são. Reproduzimos abaixo um trecho da entrevista Destrave:...

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“Seja pai apenas quando o ‘filho’ estiver bem resolvido dentro de você

Na série de artigos e entrevistas sobre a crise da masculinidade, o doutor em psicologia Alberto Pereira Lima Filho dá um recado para os homens que querem ser pai e para os que já o são.

Reproduzimos abaixo um trecho da entrevista

Destrave: O que você diria para os homens que são pai?

Dr Alberto: Provavelmente, ensinaram a você que pais criam filhos, e isso é verdade, ou seja, os pais têm uma parcela grande na educação dos filhos. Mas tem uma outra parte da história, que é igualmente verdadeira e muito mais interessante, mas quem nem sempre se lembram de nos ensinar. É a tese de que filhos criam pais. Então, para os que são pais eu diria: “Preste atenção no que os seus filhos promovem em você”. Deixem que eles solicitem o pai que você deve ser para eles. Você será um pai melhor quando atender às solicitações que você vai decodificar de seu próprio filho.

Destrave: E o que o senhor diria para aqueles que sonham em ser pai?

Dr Alberto: Pare e observe se você está com as suas necessidades de filhos suficientemente satisfeitas. Aguarde para ser pai apenas quando o filho dentro de você estiver bem das pernas, porque, senão, o seu filho virá ao mundo a seu serviço e não você a serviço dele. O dia que você sentir que está preparado para se colocar a serviço da formação de outra pessoa e, ao mesmo tempo, generosamente disponível para acolher e educar uma nova vida… Seja pai. Você vai amar, porque é a melhor parte da vida.

Confira abaixo a entrevista na íntegra.

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Por Daniel Machado

É verdade que ninguém nasce sabendo ser pai. Não existe um pacote pronto, como num supermercado, onde podemos encontrar o modelo do pai pronto e perfeito. Ser pai é um processo que terá muitas intervenientes ao longo do caminho. O problema é que os homens chamados modernos não estão lutando para garantir ao seu “filhote” a parcela que lhe compete enquanto pai. O resultado disso são filhos cada vez mais entregues à responsabilidade da mãe (que acaba fazendo os dois papéis) ou profundamente abandonados – estando o pai presente ou não em casa.

Abaixo, listamos 10 dicas que podem ajudar os homens a serem mais próximos de suas famílias e dar qualidade ao seu ‘ser pai’. O texto é retirado do site americano ‘The National Fatherhood Initiative’ com adaptações minhas.

1) Respeite a mãe de seus filhos

Uma das melhores coisas que você, como um pai, pode fazer por seus filhos é respeitar a mãe deles. Se você é casado, isso também vai contribuir para manter o seu relacionamento forte e saudável. Tire um tempo – pelo menos semanalmente – para investir nesse relacionamento e mantê-lo forte diante das crianças. Se você não é casado, mesmo assim é importante respeitar e apoiar a mãe de seus filhos. Um pai e uma mãe que respeitam um ao outro e deixa transparecer isso para as crianças, fornece um ambiente seguro para elas. Quando veem o respeito entre os pais, os filhos são mais propensos a sentir que também são aceitos e respeitados.

2) Passe tempo com seus filhos

Isso é mais complicado do que parece, eu sei. Mas quando um pai passa tempo com os filhos, está demonstrando para eles o que realmente é importante. Se você aparece sempre muito ocupado, seus filhos vão se sentir negligenciados, não importa o que você disser. Frases como: “O papai está trabalhando para lhe dar o melhor” não adiantam, pois a criança absorve o que o pai diz com atos e não com palavras. Valorizar o tempo com eles significa sacrificar o tempo com outras coisas. Os filhos crescem tão rapidamente, não é mesmo? E experiências perdidas são perdidas para sempre.

3) Ouça primeiro, fale depois

Com muita frequência, a única vez que muitos pais procuram seus filhos para uma conversa é, geralmente, quando eles estão se metendo em confusão. É por isso que muitas crianças se encolhem quando a mãe diz: “Seu pai quer falar com você”.  Tire um tempo para ouvir as ideias e os problemas de seus filhos. Serem ouvidos ajuda-os a se sentirem respeitados e compreendidos. Comece a ouvir e a falar com seus filhos enquanto eles são jovens, para que os assuntos e as decisões mais difíceis do futuro não sejam assim tão complexos. Quando um pai para e ouve o seu filho, está lhe transmitindo segurança e uma maravilhosa mensagem: “Você é importante para mim”.

4) Disciplina com amor

Todas as crianças precisam de orientação e disciplina não como punição, mas para estabelecer limites razoáveis. Lembre seus filhos das consequências de suas ações e ofereça recompensas significativas para o comportamento desejável. Filhos que crescem sem o contorno do pai acreditam que o mundo não tem limites. Você já viu como um desenho sem contorno fica sem graça? Portanto, mostre disciplina a seu filho de uma forma calma e com amor, e assim você lhe oferecerá um mundo mais justo.

5) Seja um modelo

Os pais são modelos para os filhos, quer se apercebam disso ou não. Uma garota que passa o tempo com um pai amoroso cresce sabendo que ela merece ser tratada com respeito pelos meninos, e é isso que ela vai querer encontrar futuramente em um marido. Pais podem falar aos filhos o que é importante na vida, mas somente um modelo pode os ensinar. Honestidade, humildade e responsabilidade não são transmitidos por palavras, mas sim por atos. Seja, principalmente, um modelo de fé. Os valores religiosos que você quer para os filhos não serão transmitidos na catequese, mas na sua atitude perante Deus. Muitos jovens rejeitam a religião, porque cresceram vendo uma dicotomia entre a fé professada e a fé vivida dos pais.

A crise da masculinidade

6) Seja um professor

Muitas vezes, pensamos que ensino é algo que os outros fazem lá no prédio escolar. Mas um pai que ensina seus filhos sobre o certo e o errado e os incentiva a fazer o seu melhor, vai presenciar as boas escolhas deles no futuro. Um pai deve usar exemplos do cotidiano para ajudar seus filhos a aprender as lições básicas da vida. Considere o conhecimento que você adquiriu sobre a vida, os bons valores que seus pais transmitiram a você. Ofereça cultura, arte, conhecimento e sabedoria a seu filho, porque um professor pode ensinar tudo isso, mas somente um pai pode imprimir uma marca para o resto da vida.

7) Comer e rezar juntos com a família

Refeição é algo que as culturas primitivas consideravam como algo sagrado. Ok, eu sei que não é assim na modernidade. Mas pense como compartilhar uma refeição juntos (café da manhã, almoço ou jantar) pode ser uma parte importante e saudável da vida familiar. Além de ‘quebrar’ a estrutura de um dia de ocupação (que você já teve ou vai ter), você dá às crianças a oportunidade de falar sobre o que eles estão fazendo ou querem fazer. Também é um bom momento para os pais ouvirem seus filhos. A oração em família é importante para uni-los em torno da fé. Diz o ditado que “família que reza unida permanece unida”. Mas o mais importante é que, priorizando uma refeição e uma oração juntos, você promoverá um tempo para unir sua família. Se não conseguir fazer isso durante a semana, não arrume desculpas para não o fazer pelo menos aos domingos.

8) Ler para seus filhos

Em um mundo onde televisão e tecnologia dominam a vida das crianças, é importante que os pais façam o esforço de ler para seus filhos, pois participam de um mundo saudável de fantasia e criatividade próprios desse tempo. A leitura não é algo mecânico, mas afetivo. Ao estar em contato físico com o filho enquanto lê, o pai confere vida ao mundo imaginativo dele. Leia para seus filhos enquanto ainda são pequenos; e ao crescerem um pouco, incentive-os a ler por conta própria. Incutir nos seus filhos um amor pela leitura é uma das melhores maneiras de garantir que terão uma vida de crescimento.

9) Demonstrar afeto

As crianças precisam se sentir seguras em saber que são queridas, aceitas e amadas por sua família. Vamos ser sinceros, homens, muitos de nós não enxergamos isso em nossos pais, não é mesmo? Não recebemos carinho, afeto, um beijo ou sequer um abraço; por isso, para muitos de nós, é difícil reproduzir esse gesto. Mas vamos fazer um esforço! Você, pai, se sentirá confortável abraçando seus filhos. Demonstração de afeto todos os dias é a melhor maneira de deixar que seus filhos saibam que você os ama.

10) Ser um pai para sempre

Certa vez, ouvi um escritor dizer que todo pai leva para o túmulo uma dúvida: se foi ou não um bom pai. Você terá essa certeza à medida que vir os filhos saindo de casa e, mesmo depois de crescidos, vê-los olhando e voltando para consultar a sabedoria e os conselhos de seu pai. Quer se trate de escolaridade, um novo emprego ou um casamento, os pais continuam a desempenhar um papel essencial nas escolhas e na vida de seus filhos à medida que crescem e, talvez, mesmo depois de casarem e construírem suas próprias famílias.

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Por Daniel Machado

“A principal consequência de um jovem crescer sem o contorno masculino é ele acreditar que ‘querer é poder'” 

Uma das facetas da crise da masculinidade é, sem dúvida, a carência da figura paterna na sociedade. O número de crianças que crescem sem a presença do pai em todo o mundo vem aumentando de forma alarmante nas últimas três décadas. Só nos Estados Unidos, são 24 milhões de crianças (1 a cada 3) que vivem nessa situação.

No Brasil, não há pesquisas que mostrem o sumiço do pai na vida dos filhos, mas segundo a Associação dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-SP), de cada 20 crianças registradas em São Paulo, uma não tem o nome do pai na Certidão de Nascimento.

A importância da autoridade paterna

A crise da masculinidade

10 dicas para uma paternidade mais saudável

A mesma pesquisa nos Estados Unidos revelou que a grande maioria dos problemas sociais da América estavam relacionados à ausência da figura paterna na vida de sujeitos com problemas com a lei, por exemplo.

Os números revelaram ainda que esses lares sem a presença do pai aumentam em quatro vezes o risco de a criança viver na pobreza. Apresentam níveis mais elevados de comportamento agressivo, duas vezes mais riscos de mortalidade infantil. Essas crianças são mais propensas à delinquência e a problemas com a lei. Tem sete vezes mais probabilidade de engravidar na adolescência e maior chances de sofrer maus tratos e negligência. Crianças que sofrem com a ausência do pai são mais propensas ao uso e abuso de álcool e drogas, duas vezes mais propensas à obesidade e ao abandono dos estudos. No Brasil, uma pesquisa do Datafolha revelou que 70% dos menores infratores internados na antiga Febem não viviam com o pai.

Para o psicoterapeuta e doutor em psicologia Alberto Pereira Lima Filho, o problema não está tanto na ausência física de um pai, mas na presença de um pai disfuncional. “Não se trata apenas de crianças ou adolescentes que estejam por aí sem um pai para terem como parâmetro. Existe, sim, um pai que está presente, mas atuando negativamente na construção de um ser problemático, com condutas desviantes.”

Veja no vídeo abaixo a entrevista com o dr Alberto Pereira Lima Filho 

A falta do contorno masculino

Para o psicólogo Alberto Pereira, a ausência de uma figura paterna na construção da psiquê de uma pessoa pode causar grandes danos a ela. “A pior consequência de um sujeito crescer sem esse contorno masculino é ele desenvolver a crença de que ‘querer é poder’, e eu não conheço nada mais perigoso neste mundo do que essa ideia. Quem acredita que querer é poder sai por aí barbarizando, pois crê que o seu desejo deve ser realizado a qualquer custo; portanto, cresce sem filtros, sem critérios, cuidados ou considerações pelo outro”, denuncia Alberto Pereira.

Infográfico: o fator pai

Consequências da Ausência Paterna

 

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Por Daniel Machado

Por longos séculos a identidade masculina esteve ligada à sua virilidade. A imagem do homem herói, guerreiro, combatente, caçador, conquistador e protetor permeou as diversas culturas e plasmou a figura dele na história. No entanto, os especialistas afirmam que este modelo está em declínio. O homem moderno trocou a aparência viril por uma mais estética e delicada, quase beirando à imagem feminina. Há quem diga que isso é apenas uma questão cultural, um tipo de estereótipo que acompanhou o modelo patriarcal ao longo dos anos; contudo, não se pode negar que estas mudanças estão colocando o homem numa verdadeira berlinda existencial.

Quando falamos sobre a crise da masculinidade, apoiamo-nos no fenômeno da transição que tem acontecido no mundo masculino no decorrer do tempo e, como em toda mudança, podemos contemplar fatos positivos dessa realidade e outros nem tanto.

Confira no vídeo abaixo o primeiro bloco da reportagem

Mas afinal o que é ser homem? Como, na cultura atual, eles podem se diferenciar das mulheres?

“A mulher é mensalmente lembrada, no seu corpo, de que ela é mulher, e isso a ajuda muito na sua condição feminina. O homem não tem nenhum evento corpóreo que venha em seu socorro neste sentido; por isso ele fica na dependência de ritos sociais e culturais que cumpram esta função. Em alguns povos primitivos estes rituais ainda funcionam maravilhosamente bem, mas, na nossa sociedade moderna, esses ritos de iniciação masculina se perderam”, enfatiza o psicoterapeuta Alberto Pereira Lima Filho.

Crise da Masculinidade, destrave

Padre Paulo Ricardo, em entrevista para o Destrave

Segundo padre Paulo Ricardo, sacerdote da Arquidiocese de Cuiabá (MT), que tem debatido o tema em palestras pelo Brasil afora, a crise da masculinidade consiste em que o jovem rapaz já não consegue se distanciar muito do mundo feminino. “O ser homem não está somente relacionado aos hormônios masculinos, mas à sua missão de se afastar do mundo feminino e, depois, voltar para protegê-­lo. O que acontece hoje é que o homem não quer mais se afastar deste feminino e, por isso, não tem cumprido a sua missão de ser homem”, afirma o sacerdote.

A ideologia de gênero e o movimento feminista

Na vanguarda da crise da masculinidade estão os grandes movimentos de desconstrução dos sexos, como o feminismo radical e a ideologia de gênero. Esta polêmica foi levantada por uma famosa feminista chamada Camille Paglia, que, em entrevista a uma conhecida revista brasileira, disse que o feminismo foi duro demais com os homens. Segundo Paglia, ao exigir espaço num mundo que pertencia exclusivamente aos homens, as mulheres acabaram os colocando numa verdadeira encruzilhada. “As mulheres pedem aos homens que eles sejam o que não o são e, quando eles se tornam o que não são, elas não os querem mais”, declarou.

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“O que acontece hoje é que os movimentos feministas colocaram na cabeça das pessoas que ser homem é ruim, ser homem é ser um opressor, e que o bonito é ser delicado. Enquanto antigamente o rapaz recebia estímulo do pai e da própria sociedade para ser homem, hoje o rapaz se sente culpabilizado com a ideia de que ser homem é ser um opressor”, ressalta padre Paulo Ricardo.

De acordo com a socióloga Arlene Denise, a ideologia de gênero ajudou a confundir ainda mais os papéis do homem e da mulher na sociedade. “A criança e o adolescente precisam fazer um caminho árduo de identificação com a figura masculina para se tornarem homens. O que acontece é que a ideologia de gênero vem e diz para este adolescente e esta criança que eles podem ser o que quiserem, e isso confunde muito a cabeça dos meninos”, alerta a socióloga.

Metrossexualidade

"Eu gasto mil reais por mês em cosmético", afirma Rogério Azor / Foto: reprodção

Um modelo masculino, que surgiu nos últimos 20 anos e que retrata bem esta crise do homem moderno, são os chamados metrossexuais. São homens – provenientes dos centros urbanos e das grandes metrópoles – excessivamente preocupados com a aparência, que assumiram um mercado até então rigorosamente ocupado por mulheres, como os salões de beleza e clínicas de estética. Eles pintam a unha, fazem a sobrancelha, depilam o corpo, gastam horas em frente ao espelho e não fazem economia quando o assunto é beleza e cosméticos.

Para Rogério Azor Bocalari, cinegrafista e metrossexual assumido, o homem que se preocupa com a aparência faz parte de uma cultura que tem crescido a cada dia, por isso as clínicas de beleza estão investindo mais nesse segmento. “Eu conheço muita gente que critica e diz que as coisas que eu faço para melhorar minha aparência são referentes ao comportamento feminino. Mas eu discordo dessas pessoas, porque elas ainda têm na mente a ideia de que o homem é aquele cara ‘ogro’ e ‘antigão’”.

Segundo a socióloga Arlene Denise, a metrossexualidade é um reflexo da nossa cultura narcisista e consumista. “Nós vivemos numa cultura em que as pessoas precisam o tempo todo ser vistas; para isso, precisam consumir. A nossa mídia está a serviço da cultura do consumo, porque, quanto mais vaidoso um homem for, tanto mais ele vai gastar com salão de beleza, academia, depilação e cosméticos de todos os tipos”, recorda Arlene.

Confira no vídeo abaixo o 2º bloco da reportagem

Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, só nos últimos cinco anos cresceu em 93% a frequência de homens em clínicas de estética e salões de beleza no país. Uma pesquisa norte-americana também revelou que os homens estão investindo mais tempo e dinheiro com a aparência: eles consomem, em média, 22 minutos diários em frente ao espelho e quase dois mil reais mensais em produtos de beleza. 72% deles disseram se sentir mais pressionados pela sociedade em relação à aparência do que há 10 anos.

A crise da paternidade

De acordo com especialistas no assunto a crise da masculinidade desemboca numa outra crise: a da paternidade. Mas qual a importância da figura paterna para uma pessoa?

Crise da masculinidade, Destrave

Dr. Alberto Pereira Lima Filho, em entrevista para o Destrave / Foto: reprodução

“O pai apresenta ao filho o mundo ordenado, que tem leis, regras, costumes e ética e a noção do outro. O avesso disso é desastroso, é o que chamamos de psicopatia, que é justamente a ausência de senso de limite, de regra e da falta da noção do outro na psique”, informa o psicólogo Alberto Pereira Lima.

Segundo o especialista, as pessoas não estão “à deriva” de um pai, mas, muitas vezes, têm um pai “disfuncional”, ou seja, desajustado e inoperante. “A presença de um pai ‘disfuncional’ grita mais do que a ausência física de um pai, porque ele vai funcionar como um parâmetro para a construção de um ser de conduta problemática e desviante”, destaca o psicólogo.

A reflexão do doutor Alberto está de acordo com estudos realizados nos Estados Unidos, os quais mostram que, neste país, uma em cada três crianças vive sem o pai biológico ou sem referência paterna em casa. Os números das pesquisas revelaram que, nos lares sem a presença do pai, as chances de as crianças viverem na pobreza são quatro vezes maiores. Revelaram também que elas apresentam níveis mais elevados de comportamento agressivo. E que a mortalidade infantil entre esse público é duas vezes maior e que estão mais propensas à delinquência e a ter problemas com a lei. Os números também mostraram que as jovens que crescem sem a presença paterna têm sete vezes mais probabilidade de engravidar na adolescência e maior probabilidade de sofrer maus-tratos e negligência. E estão mais propensas ao uso e ao abuso de álcool e drogas. E duas vezes mais suscetíveis à obesidade e ao abandono dos estudos.

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